Uma série de incentivos e investimentos estão ganhando robustez para atender a demanda do turismo interno que está aquecendo no pós-pandemia
O Brasil está mudando sua relação com o turismo interno. Toda uma gama de eventos, investimentos e incentivos estão sendo ofertados aos brasileiros que, com a pandemia, estão viajando mais pelo País (os voos domésticos já apresentam uma média de recuperação de 80%). Novos segmentos vão ganhando robustez e o Rio Grande do Sul, neste cenário, ganha posição privilegiada em novos segmentos como o do turismo rural, de natureza, religioso e nas rotas como da região da Missões. Foi o que disse o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, ao falar no Tá na Mesa, da FEDERASUL, nesta quarta (29) sobre Turismo pós-pandemia. Ele anunciou que a retomada dos voos diretos dos EUA para o Brasil reiniciam em novembro. “Estamos pleiteando um voo direto dos EUA à Porto Alegre”, explicou o ministro.
O ministro que comeu bergamota montenegrina no Rio Grande do Sul, recentemente, disse que levou um pacote de presente para o presidente Bolsonaro, “de tão boas”. Fã das tradições gaúchas, Gilson Machado Neto disse que tem raízes no Estado, embora seja do Ceará, e que toma chimarrão, hábito que aprendeu com sua avó. Ele falou sobre as potencialidades e alguns gargalos do setor, citando como exemplo, a falta de conectividade na região das Missões. Em compensação, lembrou que o Estado está muito bem servido de rotas aéreas.
Junto com o secretário de Turismo no Estado, Ronaldo Santini, e com o sócio-diretor de Negócios da Gam3 Parks – consórcio vencedor da concessão do Parque da Harmonia -, Vinícius Garcia, o ministro mostrou como a infraestrutura do turismo cresce no RS e como está consolidada na região serrana, o maior destino de viagens de turismo no País. Disse que há um pedido para que a rota do turismo religioso ganha impulso que está sendo analisado pelo Papa. “Queremos que a rota das Missões seja equiparada ao Caminho de Santiago de Compostela (começa na Espanha, atravessa a França e termina na divisa com Portugal). “Se o Papa aprovar, o Estado precisa se preparar para receber os turistas, será um incentivo enorme”, destacou o ministro, revelando que a audiência com o Papa está sendo agendada para janeiro.
Já, o secretário estadual de Turismo , Ronaldo Santini, que falou direto de São Paulo, no intervalo de uma reunião na sede da Azul, junto com prefeitos e empresários de seis municípios gaúchos, lembrou que o incentivo ao turismo vem com o fato de ter sido criado um ambiente de negócios seguro. “Turismo ajuda a trazer ganhos e renda”, disse.
Retomada:
O presidente da FEDERASUL, que coordenou o Tá na Mesa, disse que a pandemia mudou o pensamento das pessoas e vai impactar na forma de olhar o turismo. “As pessoas estão olhando para as viagens como prioridade e estão reservando recursos para isso, com preferência à roteiros mais próximos”. O presidente lembrou que no Estado, grande parte dos atrativos estão nas atividades de contemplação à natureza, como parques, trilhas e rotas rurais. O turismo hoje corresponde a 8,1% do PIB e emprega cerca de 7 milhões de pessoas em todo País. Com o avanço da vacinação, os sinais de recuperação estão claros, lembrou o presidente Anderson.
O secretário Santini disse que no RS chegam grandes empreendimentos e investimentos para formar a infraestrutura do setor. “Estamos nos preparando para atender o mercado”, revelou. Lembrou da diversidade das regiões e do próprio clima e disse que “vamos ofertar agora um turismo religioso, entre outros segmentos para movimentar a cadeia do turismo”.
Com estímulos e determinação, o setor de turismo está sendo contemplado com muitos investimentos. É o caso do Parque da Harmonia, que está agora sendo administrado pela iniciativa privada. A Gam3 Parks, programa uma série de mudanças que começam a serem sentidas pelos gaúchos e que têm como meta incrementar o turismo mudando a concepção e revitalizando o setor que estava deprimido na capital.
O investidor, que traz concretude aos investimentos no turismo, a Gam3 Parks, que também venceu a concessão para o trecho 1 da Orla do Guaíba, falou sobre as mudanças, as novas ideias que serão implantadas e os prazos para criar um dos maiores parques temáticos do País. Vinícius Garcia contou como o projeto foi pensado e mostrou as mudanças que os espaços vão receber. “Enxergamos a grande potencialidade da cidade e vivemos um momento icônico”. Lembrou que apenas na Orla do Guaíba, nos diversos investimentos que estão acontecendo, somam de 3 a 4 bilhões de reais.
Vinícius Garcia destacou ainda que os principais objetivos da concessão, que é de 35 anos, renováveis por mais 35 anos, é fomentar o turismo, promover destinos turísticos, a cultura e as etnias, fomentar a economia da capital, realizar grandes e mega eventos, ações ecológicas e ser um motor de inclusão social. Até o final de 2024 o consórcio entrega todo o projeto do Parque da Harmonia. No final do ano que vem, Porto Alegre, ganhará sua roda-gigante, informou.