Numa visão crítica e atualizada, o comandante do Comando Militar do Sul, General de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, apresentou nesta quarta-feira (14/10), no Tá na Mesa da Federasul, um olhar crítico sobre o atual momento pelo qual passa o Brasil, defendendo a necessidade de resgatar a coesão cívica. A seu ver, não é aceitável que o Estado brasileiro tenha sido partidarizado e burocratizado de tal forma que um grupo chegue ao poder e ocupe todas as funções correlatas. “Assim, temos um caminho aberto para a corrupção”, alertou o General.
Ao arrancar aplausos durante vários momentos de sua apresentação que teve a presença de várias entidades de classe e autoridades, o General Mourão disse que o Exército Brasileiro caminha para acompanhar as transformações propostas pela sociedade e o novo militar, além da missão de lutar e vencer as guerras travadas pela Nação, deve atuar em novas frentes. O comandante do Comando Militar do Sul disse que o Exército está balizado pela intenção de abrir o diálogo com a sociedade civil. “Estamos diante de uma nova concepção doutrinária que mostra a força de uma instituição que zela pela ordem, o progresso e contribui para o desenvolvimento econômico e social”, elogiou o presidente da Federasul Ricardo Russowsky.
Diante das crises política, econômica e social, Mourão afirmou que o Exército está preparado para atuar em todas as frentes. Além do envolvimento no socorro às vítimas dos desastres ambientais, o General lembrou que nunca havia se imaginado os militares envolvidos com os mega eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas que acontecem em 2016, no Rio de Janeiro. “Ano passado deslocamos 4 mil homens para atuar em Porto Alegre durante o Mundial e agora projetamos a participação de 18 mil militares para garantir a segurança na programação do ano que vem”, adiantou.
Para o comandante, o mundo passa por uma instabilidade, que surgiu acompanhada pela competitividade e a velocidade em que informações e ideias são compartilhadas a todo momento. “Temos conflitos disseminados no mundo todo”, pontuou o General ao fazer uma leitura dos diversos cenários de guerra em seu conceito mais amplo e moderno envolvendo os conflitos urbanos. Na sua visão, as instituições sofrem ataques e abalos que resultam na perda dos valores. “Situação que reflete nas famílias e em uma população excluída pelo Estado à mercê da marginalidade”, avaliou.
No Brasil existem oito Comandos Militares, 12 regiões militares, quatro divisões de exército, um Comando de Aviação e outro de Operações Especiais. Ao todo, o Comando Militar do Sul possui 54 mil militares.