Live Tá na Mesa recebeu entidades que representam setores da construção civil; bares/hotéis e restaurantes e dos lojistas
Passados mais de 120 dias de restrições decorrentes da pandemia, a FEDERASUL mantém na pauta o debate e a busca por um caminho que sane a sangria percorrida pela classe produtiva. Apesar das inúmeras alternativas e protocolos impostos pelas autoridades públicas, a disseminação do vírus aumentou e as atividades empresariais são as que mais sofrem com as consequências.
Falências, queda na arrecadação de tributos, desemprego e outros problemas são as marcas deixadas pela COVID-19 em toda a sociedade. Para falar sobre o tema “Sobrevivendo a COVID-19”, a FEDERASUL reuniu SINDUSCON (Sindicato das Indústrias da Construção Civil); SINDHA (Sindicatos de Hotéis, Bares e Restaurantes) e SINDILOJAS (Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre).
Com um contingente de pouco mais de 27 mil trabalhadores, o setor da construção civil não registrou nenhum caso de coronavírus, apesar dos constantes “abre-fecha” das atividades econômicas. Para o presidente do SINDUSCON, Aquiles Dal Molin Júnior “a característica do trabalho (por ser em ambiente aberto) e o cumprimento dos protocolos sanitários contribuíram para que a doença não tivesse uma ascensão”, disse. Mas Dal Molin completou: “se o contágio é baixo, o impacto econômico é alto”. Sobre a cultura de restrições, o SINDUSCON avallia que ”o sacrifício não se mostrou eficaz, e o remédio está matando mais que a doença”.
Para Henry Chmelnitsky, presidente do SINDHA, “o caminho (Plano de Dstanciamento) não chegou a uma solução efetiva e eficaz. É momento de reabrir o mais rápido possível”, afirmou. Já, o presidente do SINDILOJAS POA Paulo Kruse, cobrou união e fiscalização no cumprimento dos protocolos por parte da sociedade civil. Ele afirmou que “é inconcebível aceitar que em um espaço de 120 dias, 90 deles os empreendimentos ficaram sem operar. A população e o Poder Público precisam fazer cumprir as regras deste Plano de Distanciamento. Necessário encontrar uma razão e uma forma de reabrir já as operações de todos os setores da economia”, disse.
Segundo projeção do SINDILOJAS, 20% dos lojistas encerraram suas atividades e o número pode dobrar em um horizonte de 60 dias. Além disso, o desemprego no setor já destruiu mais de sete mil vagas. Além da crise, as dificuldades de acesso ao PRONAMPE, linha de crédito do Governo Federal, tem contribuído muito para o fim dos negócios. “Em plena crise tem banco cobrando 10% de seguro prestamista. Isso é um absurdo. Fora outras coisas que dificultam o acesso”, afirmou Kruse.
Novos hábitos, novos negócios
O SINDUSCON está observando que a pandemia trouxe novas necessidades às famílias que já começam a serem sentidas através da procura por casas em condomínio fechado; casas térreas e com pátio, bem como coberturas que movimentam e tendem a modificar planos do setor. Segundo seu presidente, “a imersão profunda da tecnologia e o advento do home office sinalizaram às pessoas uma busca por qualidade de vida e contato com a natureza”. Outro setor vinculado à construção civil, que teve uma procura expressiva, foi o de reparos e consertos.
A mudança comportamental também atingiu o varejo. Kruse afirmou que o e-commerce e alternativas tecnológicas foram aceleradas e forçaram empresários a se inserir em uma nova realidade de negócio. “As pessoas mudaram suas necessidades. Basta ver o impacto no segmento de vestuário, que representava uma importante fatia no setor”.
A presidente da FEDERASUL, Simone Leite, que mediou a live, reinterou seu pedido pela flexibilização do acesso ao PRONAMPE, uma das bandeiras prioritárias da Entidade. “ O bom senso seja sempre o melhor caminho a seguir na tomada de decisões”.