Afirmação foi dada tanto por gestoras da iniciativa pública como privada no Tá na Mesa desta quarta-feira (06)
Mesmo sem uma fórmula para o sucesso, a transparência, a curiosidade e a perseverança são a marca e um importante fator da gestão de mulheres empreendedoras de seu sucesso. Esse foi o consenso das convidadas do Tá na Mesa da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) desta quarta-feira (06). Tanto a diretora-presidente da Companhia Carris Porto-Alegrense, Helen Machado, como a presidente da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), Liana Bazanela, e a sócia-fundadora da Malharia Anselmi, Maria de Lourdes Anselmi, deixaram claro que ainda é preciso falar sobre as mulheres para que o assunto seja muito mais inserido na vida diária.
Responsável pela redução do déficit da empresa de transporte coletivo em 70% nos últimos dois anos, Helen Machado afirmou que sua gestão é pautada em ações concretas, sem recorrer ao populismo e ao sensacionalismo para implementar as medidas necessárias para reestruturar a Carris. Helen também ressaltou que, além do projeto audacioso para reformulação da companhia, o fato de ser mulher colaborou para que sofresse pressão das corporações. “No combate a uma cultura organizacional caótica e que contribuía para manter a receita no negativo, enfrentei forte pressão de funcionários e entidades, que me boicotavam diariamente até eu vencer pela insistência”, disse.
Na mesma linha, Maria de Lourdes Anselmi salientou que, além da transparência, há 40 anos comanda sua Malharia Anselmi, que conta com um parque fabril com 14 mil m² em Farroupilha, pautada pela curiosidade e pelos valores éticos transmitidos por seus pais. “Em um mundo carente de confiança e credibilidade, me orgulho de ter construído minha trajetória sempre olhando para o coletivo e respeitando desde o funcionário até o fornecedor”, comemorou.
Já Liana Bazanela destacou que apesar das mudanças que estão em curso na sociedade, a participação da mulher no mundo dos negócios, principalmente em cargos de gestão, ainda é muito pequena. “O legado deixado pelo universo masculino à frente do mercado de publicidade deve ser respeitado, mas não é possível que apenas duas mulheres ocupem cargos de CEO em todo o país”, declarou. Liana também frisou que a área da comunicação tem papel fundamental para mudar essa realidade. “65% do público feminino não se vê representado pela publicidade brasileira em pleno 2019 e isso nós precisamos modificar”, enfatizou. A presidente da ARP também afirmou que maior representatividade do sexo feminino em cargos de gestão resultará em mais oportunidade de contratação de mulheres em agências de publicidade.
Responsável pela mediação do painel, a presidente da Federasul, Simone Leite, qualificou o encontro como oportunidade de inspiração para toda a sociedade gaúcha como símbolo de resistência frente às dificuldades para empreender. “Os exemplos trazidos nos impactam e servem de inspiração para todos, mostrando que a empreendedora pode conseguir seu espaço sem a necessidade de se impor, mas sim pela qualidade do seu trabalho”, concluiu.