Tá na Mesa desta quarta (10), discutiu governança, gestão e Family Offices
Family Office (FO) talvez seja um nome nem tão “familiar” aqui no Brasil, porém com o avanço e a exposição de empresas do País no mercado global, viu-se que a sucessão do controle acionário de grandes conglomerados empresariais, de diversos setores da economia, enfrenta dificuldades ou até mesmo não priorizam a profissionalização do comando dos negócios. Além disso, a estrutura de FO é o de prestar apoio multigerencial, ligada com objetivos de alinhar maneiras que propiciem maior sustentabilidade ao patrimônio.
De acordo com Marcelo Geyer Ehlers, sócio-diretor da INEO e palestrante desta edição do Tá na Mesa, “de 85 a 95% das grandes empresas sediadas no Brasil ainda são, diretamente, controladas pela família que iniciou os negócios”, afirmou à uma plateia, formada em grande parte, de empresários e membros de grandes corporações gaúchas.
A principal característica atribuída ao Family Office é auxiliar na perpetuação do patrimônio e manter a união intrafamiliar, além de implementar práticas de governança e identificação de melhores caminhos para os negócios, tais como alocação de investimentos e multiplicação do capital, além de tornar a família protagonista na gestão do seu patrimônio. “O que se precisa ficar claro é que a implementação de um FO não deve ser pensado para a ocasião da venda da empresa familiar. Pelo contrário, esta é uma estrutura que irá promover uma melhor leitura sobre o papel deste negócio no contexto do patrimônio de maneira ampla e alinhar toda a família a um objetivo comum. Assim tanto o negócio como a família têm mais chances de se perpetuar”, disse Ehlers.
No Brasil, de acordo com pesquisa conduzida pela INEO, o objetivo mais importante para as famílias na constituição de um FO é a preservação do patrimônio. Outro ponto importante destacado pelo estudo é a expectativa que essa estrutura servirá também como concierge financeiro e contábil. Outro dado importante é o porte dos Family Offices constituídos em território nacional: 30% é formado por famílias detentoras de um patrimônio de R$ 100 a 500 milhões de reais. Na média, possuímos FOs que gestam de R$ 1 a 1,5 bilhão de reais. Apenas 9% das estruturas concentram um patrimônio maior que R$ 3bi.
Para o sócio-diretor da INEO, um bom FO deve estar alicerçado em um planejamento maduro, robusto e aberto para a implementação de novos processos de governança. Na experiência prática do escritório especializado em sucessão, a estabilização e consolidação da implantação do FO dura no mínimo 12 meses, podendo atingir maior maturidade em até 3 anos. Em 67% dos casos brasileiros o principal executivo à frente do projeto integra a família. Apenas 26% dos FO brasileiros venderam o negócio principal em sua totalidade. Cerca de 70% continuam a investir no negócio de origem familiar sobre o patrimônio total da família.