Vereadores Monica Leal; Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein debateram as alternativas em prol do desenvolvimento econômico da capital
A exatos 16 meses das eleições municipais, a Federasul recebeu nesta quarta-feira (05), a atual presidente da Câmara Municipal, Mônica Leal (PP); o futuro comandante da Casa e vice-presidente, em 2019, vereador Reginaldo Pujol (Democratas) e Valter Nagelstein (MDB), ex-presidente do Parlamento da capital e virtual candidato ao Paço, em 2020.
Com o tema “Repensando Porto Alegre”, Nagelstein abriu os trabalhos da primeira edição do Tá na Mesa, no mês de junho. Crítico do atual modelo de gestão desempenhada por Nelson Marchezan (PSDB), afirmou que “nossa cidade está em completo estado de abandono. A estrutura pública de Porto Alegre não se comunica bem interna e externamente. Cada cabeça legisla em causa própria. Falta comando e conhecimento sobre a realidade e necessidade de cada bairro e vila de nossa cidade”, disse Valter.
Outra situação apontada pelo parlamentar é o constante e profundo preconceito/perseguição ao empreendedor. ”. Existe um projeto, de uma grande administradora de shoppings, que está parado há 12 anos dentro da Prefeitura. O mesmo conglomerado conseguiu uma licença para abrir um de seus empreendimentos, em Canoas, em menos de 2 meses. Isso indica que não estamos conectados com a realidade do mundo”, afirmou Nagelstein.
De acordo com a atual legislação, a capital gaúcha possui um Decreto (16.811/2010), que inibe a criação de novas bancas de flores, frutas e revistas. Tal dispositivo é datado da metade da década passada. “É impossível concebermos a ideia de que em um país que está sendo impactado pelo desemprego, o Poder Público continue a desencorajar e reprimir o empreendedorismo. Se isto não existisse, tenho a certeza que facilitaria a vida de muitas pessoas, além de promover inclusão social e reprimir a ilegalidade”, disse Mônica Leal.
Na sequência, o vereador Reginaldo Pujol fez um apanhado histórico do município, e afirmou que “Porto Alegre precisa superar o preconceito e desestatizar ao máximo sua estrutura. Ou reativamos economicamente ou perderemos a capacidade socioeconômica e nos tornaremos uma cidade mais abandonada, marginalizada e sem atrativo algum”, disse.
Conhecida pela postura firme, a presidente Monica Leal seguiu a mesma linha de seus antecessores. Com críticas ferrenhas ao atual Plano Diretor da Capital, que está há quase uma década em discussão e sem profundas modificações, a vereadora disparou: “O Plano Diretor é algo macro, repleto de detalhes e micropartes. Ele é complexo e não pode ser votado a toque de caixa. É por meio deste plano que a cidade de Porto Alegre pode recuperar o seu potencial para fomentar e melhorar o ambiente de negócios e ser indutora do crescimento”, afirmou.
Mediando o debate, a presidente Simone Leite perguntou como pensar a Porto Alegre do futuro. Todos concordaram que a cidade precisa modernizar-se, tanto no aspecto físico, com obras de mobilidade e infraestrutura, quanto no legal, com a derrubada de Decretos, Normas e diversos dispositivos que acabam por travar o crescimento econômico. De acordo com Valter Nagelstein, o município precisa investir mais em educação e conscientização dos problemas ambientais e suas consequências, e também, formas inovadoras de se combater os obstáculos crônicos da cidade, como alagamentos, ocupações irregulares e comércio clandestino, além de pautas sociais, como moradores em situação de rua e dependentes químicos. “Porto Alegre precisa ser referência em inovação. Precisamos investir pesado em infraestrutura e tecnologia, tudo aliado com gestão e fiscalização, e dar continuidade ao que está dando certo, e não recomeçar do zero novamente. Estamos perdendo o status e o brilho de uma capital, para cidades do nosso entorno, e com razão. Temos uma joia a ser lapidada, que é o 4º Distrito, na Zona Norte”, afirmou.
De acordo com Pujol, o 4º Distrito representa a Porto Alegre que deu certo, pois foi nessa localidade onde a capital viveu seu principal período de pujança econômica, pois conseguiu conciliar a vida doméstica com a do trabalho. “É neste local, que abrigou grandes tecelagens, fábricas de cervejas e laboratórios farmacêuticos, que a capital pode reconquistar e otimizar projetos de inovação”, explicou. Para Mônica, a região como um todo precisa de inúmeras intervenções, tendo como ponto inicial, obras de macrodrenagem e de infraestrutura logística. Valter complementou, dizendo que seguindo este raciocínio, a capital deve ter um plano que utilize ainda mais o Guaíba, como a implantação de um modal hidroviário e que atenda as regiões mais distantes do centro da capital, como o extremo sul.
Concluindo o painel, a presidente da Federasul, Simone Leite, falou que “é preciso seguir firme neste papel de bem representar a sociedade. Que nossa cidade seja berço de uma boa política e do bem gerir a coisa pública”, concluiu.