Eduardo Leite reclamou da demora do governo de Sartori,
enquanto este falou do desconhecimento da realidade por parte do opositor
O Tá na Mesa dessa quarta-feira (17) foi o palco do segundo debate entre os candidatos ao Piratini no segundo turno dessas eleições. Promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), o encontro deu espaço para a apresentação das propostas de Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que aproveitaram para tecer críticas um ao outro. Entre os temas selecionados pela Federasul: dívida com a União, privatizações, concessões, infraestrutura, segurança e burocracia.
Ao responder sobre a inexistência de recursos para tirar o Estado da crise, Leite argumentou que é preciso romper com o avanço vegetativo dos órgãos públicos, promovendo reformas na máquina e na carreira pública. “Nossa proposta é criar uma agenda de desenvolvimento, que inclua concessões e infraestrutura. Acho importante aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, mas para recuperar o estado é fundamental avançarmos também na economia, senão estaremos só adiando o problema”, defendeu.
Em relação a privatização das estatais, o candidato do PSDB disse que os únicos órgãos a serem privatizados devem ser a CEEE, a CRM e a Sulgás, devendo a EGR ser extinta, porque “é um erro. O Estado não pode operar as rodovias, deve apenas fiscalizar”, defendeu. A proposta de Leite para as estradas é a promoção de concessões, a partir de uma gestão profissionalizante, e a diminuição da burocracia.
Aproveitando a deixa do candidato tucano, que mais de uma vez comparou o RS com outros estados, José Ivo Sartori observou que esses lugares têm histórico de reeleição. “Todos esses governos tiveram continuidade e puderam concluir o trabalho que começaram”, explicou. O emedebista lembrou que seu grande diferencial é ter domínio sobre a situação do Rio Grande do Sul. “Eu conheço a nossa realidade. Sei os desafios que teremos pela frente e de onde tirar o dinheiro”, alfinetou, ao explicar que, durante seu governo, conseguiu renegociar a dívida com a União. “Reduzimos os juros, prolongamos o prazo para pagamento, negociamos com dois governos presidenciais e agora queremos garantir a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal”, defendeu.
De acordo com Sartori, o momento pede cautela e trabalho, como foi no caso da dragagem do porto de Rio Grande, que teve, em setembro, a maior movimentação da história do complexo portuário. “Trabalhamos por três anos para conseguirmos a licença do Ibama e alcançamos isso do nosso jeito, sem arrogância, com simplicidade e no tempo certo”, rebateu à crítica de Leite sobre a demora de seus projetos. Ainda falando sobre questão de tempo, comentou que as privatizações estão na pauta da Assembleia Legislativa desde 2016, quando foram enviados projetos para serem votados. “Nós fizemos a nossa parte. Trabalhamos pelo melhor do Rio Grande do Sul. Não podemos fazer tudo. Quem quer mudar tudo, não muda nada”.
Para a presidente da Federasul, Simone Leite, mediadora do debate, o encontro deixou claro as boas propostas de cada candidato para o Rio Grande do Sul e lembrou que desburocratizar continua sendo uma das principais pautas defendidas pela entidade.
Escola de Líderes:
A abertura do Tá na Mesa foi especial, nessa quarta-feira, com a formatura da primeira turma da Escola de Líderes, projeto da Federasul em parceria com a Universidade La Salle. Foram 15 alunos homenageados pela conclusão do curso, que visa preparar lideranças empresariais para tomar espaços de decisão, públicos e privados. A nova turma já está com inscrições abertas. Saiba mais: www.federasul.com.br