Com discurso de possível candidato à Presidência da República, o ministro da Fazenda utilizou dados positivos sobre a retomada do crescimento econômico brasileiro no Tá na Mesa
Excepcionalmente nesta segunda-feira, 26, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) promoveu mais uma edição da reunião-almoço Tá na Mesa, que contou com a presença de cerca de 350 pessoas, entre empresários e autoridades. Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, convidado desta edição, “o Brasil sai de uma crise grave e profunda, a maior desde 1929, e deve alcançar a solidez das principais economias do Mundo”. O ministro afirmou que “o Brasil cansou de alçar voo de pato. Com as reformas que o colocam nos trilhos, nosso país voará com a força de uma águia”.
Para o ministro da Fazenda, a retomada dos investimentos e a queda da inflação (em dezembro de 2015 atingiu cerca de 12%, hoje registra 3%, segundo dados do IPCA-BR) contribuíram para a retomada. Ampliando o espectro, Meirelles afirmou que a alavancagem do crescimento foi sentida, primeiramente pelos Estados, afirmando que “o PIB gaúcho é mais intenso que o do Brasil”. Aprofundando os números, afirmou que “a confiança da indústria e uma agenda reformista, possibilitaram a saída do país, rumo ao crescimento”.
Ainda nas questões de modernização da máquina pública, Henrique Meirelles afirmou ser vital a Reforma e a simplificação tributária; a autonomia do Banco Central e a implantação compulsória do Cadastro Positivo. “Elas possibilitam a ampliação e aceleram investimentos, além de reduzirem drasticamente a inadimplência e abrirem vantagens na concessão de crédito ao bom pagador”, enfatizou.
No âmbito das privatizações, o ministro reafirmou que é necessária e urgente a privatização da Eletrobrás. Meirelles comparou que a venda da estatal energética implicará em uma melhora considerável nos serviços por ela prestados, vide o caso de privatização da Telebrás (telefonia), na década de 90.
Meirelles também abordou questões de ordem burocrática, defendendo a redução em 90% no número de horas que o Brasil destina para o cumprimento de obrigações e impostos. “É necessário a racionalização e a digitalização de processos” (o empresário perde quase 2 mil horas por ano na burocratização e no preenchimento de papeis).
Na pauta política, o ministro explicou sua possível saída do Ministério da Fazenda para concorrer à Presidência. Segundo disse a decisão deve sair no início da próxima semana. Ele demonstrou confiança com a possibilidade e o momento foi comemorado pelos empresários e convidados do Tá na Mesa.
Ao saudar o ministro e agradecer sua presença, a presidente da Federasul, Simone Leite, disse que a classe produtiva, ao reagir contra a presença do ex-presidente Lula no Estado com sua caravana do Partido dos Trabalhadores, “resgatou os valores e acabou com o mundo do faz-de-conta de quem não produz nada e voltou ao mundo real de quem gera riqueza e produz toda a arrecadação que sustenta o Brasil”.