É a visão dos convidados da Federasul que ouviu, no Tá na Mesa desta quarta (05), representantes de instituições de ensino público e privado da região Metropolitana e do Norte do Estado
Aumento da ansiedade, insegurança infantil, dificuldades no acesso à internet, novas metodologias pedagógicas e de ensino foram alguns dos temas evidenciados pela pandemia abordados por diretores de escolas particulares e da rede estadual de ensino, na live Tá na Mesa desta quarta-feira (05).
A presidente da FEDERASUL, Simone Leite e o vice-presidente Fernando De Paula, receberam Ivan Renner, diretor do Colégio Sinodal, de São Leopoldo; Marli Neubauer, diretora do Instituto Estadual de Educação Guilherme Clemente Koehler, de Ijuí; Gabriela Klein, da Escola For Kids e Ramon Hans, diretor da Escola Técnica Estadual Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo.
“Uma estrada com densa neblina, onde todos estão tateando e ainda não se vê a luz no fim dela” é a definição do diretor do Sinodal, Ivan Renner, para o setor educacional, com restrições de suas atividades desde a primeira quinzena de março. O período, considerado como “imponderável” por Renner, é composto pelo compartilhamento de experiências entre instituições de ensino que, em decorrência do avanço da COVID-19 e dos inúmeros protocolos, tiveram de se adaptar a uma realidade programada para o futuro, adiantado para poucos dias. “Foram três dias de capacitação de nossos professores para que todos os alunos, já em 23 de março, tivessem suas atividades escolares por meio de ambiente virtual”, disse.
Reflexos na Educação Infantil
A diretora da For Kids, Gabriela Klein, de Esteio, que integra uma das mais de mil escolas autorizadas a desempenhar a atividade de educação infantil junto aos Conselhos Municipais de Educação no Brasil, alertou para as consequências ao setor público que, em 2021, deve registrar colapso. “Segundo perspectiva da Associação Nacional de Educação Infantil, cerca de 120 mil crianças irão depender do setor público”. Outro alerta está na segurança física e nutricional dos pequenos, “muitos têm na escola a única refeição do dia. É na escola que elas estão seguras”, disse.
Ensino Público
A diretora do IEE Guilherme Koehler, de Ijuí, Marli Neubauer, afirmou que os reflexos da pandemia estão na dificuldade de acesso à internet e os impactos socioemocionais (estresse, ansiedade, depressão) causados pela quarentena. Ela contou que a instituição, com o saldo de merenda disponível na despensa da escola, distribuiu à comunidade carente. ”Nossas merendeiras fizeram pães com as farinhas que tínhamos e doamos aos mais necessitados, tudo com o intuito de amenizar os impactos”, disse Marli.
Liberato: tecnologia e ensino híbrido
Com mais de três mil alunos e uma abrangência de 50 municípios, a Escola Técnica Liberato, de Novo Hamburgo, está se organizando para que o período pós-pandemia seja marcado por reforços teóricos, prolongamento de disciplinas e a estruturação de um Plano de Recuperação. Ramon Hans, o diretor da instituição, defendeu o ensino híbrido lembrando que por sermos uma escola de nível técnico, com características de Universidade, já estamos utilizando aplicativos e redes sociais ou plataformas especificas. “Isso é o futuro que foi implementado de forma mais rápida. Essa é uma tendência da própria sociedade”, concluiu.
Futuro
“É impossível separar saúde e educação da economia, disse a presidente da Federasul lembrando que uma auxilia a outra no movimento econômico. Por esta razão a escola é necessária, tanto para a qualificação do ser humano quanto os reflexos dela em toda a cadeia produtiva”, disse Ivan Renner.