Tá na Mesa recebeu o secretário do Ministério da Economia, que falou sobre ações, programas e projetos do Governo Federal, no âmbito econômico, contra a pandemia
O gaúcho e ex-diretor da FEDERASUL, Gustavo Ene, participou da versão online da reunião Tá na Mesa, nesta quarta-feira (10). Com ampla experiência empresarial, o secretário da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia revelou dados positivos e negativos da economia brasileira. De acordo com Ene, investir no Brasil é R$ 1.5 tri mais caro do que comparado a média de países membros da OCDE.
Outro fator preocupante é a questão da produtividade, que entre os anos de 1980 a 2006, o tempo gasto pelo trabalhador brasileiro comparado com americano, representava 40% do PIB, hoje esse número caiu para 25%. “Nossa missão é, por meio de uma visão estratégica, aumentar a produtividade através do mercado concorrencial, da modernização e redução burocrática”, afirmou.
Responsabilidade da pasta, Gustavo mensurou os dados da nova formatação do Custo Brasil. No formato atual, de acordo com o secretário, as informações de onde atacar e o que precisar melhorar estão mais claros. Em um ranking desenvolvido pela SDIC (Secretaria de Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia), os principais pontos que afastam investimentos no País são: custo com qualificação da mão de obra; alta tributação; falta de infraestrutura; concessão de crédito e excessiva regulação por parte do Estado.
MEDIDAS
Desde fevereiro, o Governo Federal já vinha organizando estratégias de combate, controle e prevenção ao novo coronavírus. A preocupação, no inicio, era mensurar os casos e evitar que isso afetasse a cadeia produtiva, como falta de produtos e alimentos. Suprimentos como álcool, luvas e EPIs hospitalares, bem como respiradores e demais itens de necessidade coletiva entraram na estratégia.
A fim de traduzir melhor toda a situação à sociedade e aos agentes econômicos, foi criado o “Vamos Vencer” que traz informações, em tempo real, de todas as ações que impactam a economia. Outra ferramenta foi o “Portal das Qualificações”, que promove aperfeiçoamento profissional conforme demanda da classe produtiva, via internet, tanto para empregados como para quem está em busca de uma recolocação no mercado.”Solução de Inovações em Startups”, alternativa que busca encontrar, nesse nicho, soluções à COVID-19 através de pesquisa, inovação e constituição de produtos e serviços pertinentes. “Garantia de Crédito ao Setor Produtivo”, que criou o PRONAMPE e linhas de crédito com maior flexibilização nas garantias reais, com juros mais altos. As MPs 927(Alternativas à Manutenção do Emprego); 936(Redução Proporcional de Jornada e Salário e Suspensão do Contrato de Trabalho); 944 (Financiamento da Folha); 946 (FGTS) e 948 (Setor do Turismo).
CRÉDITO
Um dos assuntos que vem sendo amplamente debatido e é bandeira da FEDERASUL, a facilitação do acesso ao crédito, também foi trazido ao debate. Na visão do secretário Gustavo Ene, o período econômico dificulta, devido ao plano de fundo, que é o alto risco de inadimplência e a falência de empresas. O vice-presidente da FEDERASUL, Anderson Cardoso, afirmou que “o Governo defende uma economia mais competitiva e com atores produtivos, isso é louvável, mas existem muitas empresas com todas essas características e não estão tendo acesso. Estão sangrando. Elas precisam estar vivas para que esse plano do Governo se consolide”, disse.
REFORMAS
A presidente da FEDERASUL, Simone Leite, afirmou ao secretário que esse é o momento de ser encaminhada uma profunda Reforma Administrativa, tendo como foco os altos salários e a estabilidade. “Só essa ação já colocaria o Brasil a frente dos principais rankings de competitividade”, disse. Outra reforma, a Tributária, também “sonhada” por Ene, não deve se consolidar em 2020, mas para Simone, essa modernização tributária não terá redução de impostos, mas uma simplificação.
PÓS-COVID
No horizonte do Ministério da Economia estão inúmeras alternativas com foco na economia, que incluem inovação e aumento da capacidade, além do estímulo ao empreendedorismo e apoio às microempresas. São alguns deles: “Programa de melhoria continua da competitividade”: reduzir o Custo Brasil, “Doing Business TOP 50”: estimular o empreendedorismo, emprego e posicionar o Brasil entre as 50 economias mais competitivas. “Economia 4.0”: transformação digital da economia.