Especialistas de mercado participaram de painel durante o Tá na Mesa, da Federasul, nesta quarta-feira (30)
Novos formatos e possibilidades de negócios, indústria 4.0, liberdade econômica, segurança jurídica. São muitos os predicados que na atualidade positivam o mercado de investimentos, fusões e aquisições. Foi nesse contexto que a Federasul voltou os olhos para discutir como está se comportando esse nicho de negócio, que movimenta bilhões ao ano e joga luzes no Brasil, tornando destino de investidores internacionais. Sob mediação do vice-presidente Anderson Cardoso, o palco da reunião-almoço recebeu Carlos Parizotto, da Cypress; Clovis Meurer, da Companhia de Participações (CRP) e Ricardo Schimitt, da StoneCapital Investimentos.
Sócio-fundador da Cypress e líder da prática de Mergers and Acquisitions (M&A), Parizotto deixou claro que o cenário brasileiro é promissor, visto que “os empresários brasileiros encontram hoje uma variedade de opções para o financiar o crescimento de seus negócios, opções antes somente disponíveis às grandes corporações”, afirmou. Além austeridade nas finanças públicas e da aprovação definitiva da nova legislação previdenciária e de outra que garante a liberdade econômica, as possibilidades oriundas de privatizações e readequações de mercado e até mesmo a perpetuação da marca, tornam o “terreno brasileiro” fértil para esse tipo de investimento. Conforme estudo conjunto entre Cypress e KPMG, o ramo de Tecnologia é o que mais movimenta o setor, seguido de Serviços Auxiliares e Serviços Públicos (privatizações).
Clovis Meurer, diretor da CRP, explicou que muito além de ser uma alternativa de investimento, o ramo também executa a implantação de programas de governança e gestão, assim auxiliando o processo desde a prospecção até a consolidação e transição do negócio em si. Com quase quatro décadas de atuação a CRP acumula 10 fundos de investimentos e foi responsável, de acordo com dados divulgados pela Companhia, por mais de 30 IPOS apenas na última década. “Nosso montante disponível para investimentos ultrapassa os R$ 40 bi. O Brasil possui inúmeros setores e milhares de possibilidades de negócios. Desde tecnologia, passando por saúde, educação, além de possibilidades junto aos governos, por meio de processos de desestatização”, disse Meurer.
Empresas que buscam essa alternativa de investimento precisam de duas coisas, conforme Ricardo Schimitt, da StoneCapital Investimentos” não se pode ter pressa. É preciso saber o que quer, por que motivo escolher essa possibilidade de capitalização e conhecimento profundo do setor ao qual está inserido. Por isso é necessário o acompanhamento e o apoio de uma boa assessoria no assunto”, explicou Ricardo, que ainda brincou” contratar assessoria técnica não é caro. Caro é um contrato ruim”.
Conforme os especialistas, apesar da pluralidade de negócios à disposição e em potencial, o Brasil não é a primeira alternativa para investimentos. A democracia jovem e a economia recentemente estável, considerando a partir da implantação do Real, em 1994 e as instabilidades políticas faz o País sair do foco direto dos investidores. Segundo o executivo da Stone, o Brasil deve alcançar um PIB de 2,5% nos próximos dois anos, e as startups já são consideradas a mola propulsora do setor, e responsável pela formação das chamadas empresas unicórnios, tais como NuBank e IFood, que surgiram há pouco tempo, mas que valem milhões.