O desenvolvimento sustentável como responsabilidade empresarial e individual foi o tema do Tá na Mesa, dessa terça-feira (26), na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). Segundo os convidados Carlo Pereira, secretário executivo da Rede Brasil do Pacto Global (ONU), e Luiz Corrêa Noronha, diretor de Planejamento do BRDE, não faltam oportunidades, falta mobilização.
De acordo com Noronha, “vivemos um momento de ambientalismo compartilhado, em que todos, enquanto sociedade, somos responsáveis pelo seu progresso”. Segundo ele, o governo não é mais o único responsável por determinar políticas em prol da sustentabilidade, mas cada empresa e cidadão também. “O BRDE, por exemplo, decidiu criar um Plano de Ação de Responsabilidade Socioambiental. Com pequenos ajustes na gestão e na nossa forma de trabalho, conseguimos fazer em dois anos o que antes era feito em dez”, revelou.
Entre essas medidas, o BRDE aderiu à Agenda Ambiental na Administração Pública, revisou os impactos produzidos por suas atividades no meio ambiente e criou uma linha de crédito específica para incentivar projetos de desenvolvimento sustentável. As práticas vão ao encontro do modelo proposto pela Agenda 2030, assinada em 2015 por mais de 190 países para erradicar a pobreza e proteger o planeta.
Segundo o secretário executivo da Rede Brasil do Pacto Global (ONU), Carlo Pereira, se as metas dessa agenda forem atingidas, serão gerados mais de US$ 12 trilhões em oportunidades de negócio. “O mundo nunca esteve melhor. Mas isso não significa que não possa melhorar”, observou. A proposta do Pacto Global é mobilizar cada vez mais empresas a aderirem ao movimento e adotarem práticas nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.
De acordo com ele, a Rede Brasil, criada em 2003, é hoje a 3ª maior rede do mundo, com 700 empresas signatárias. “O governo federal ainda está entendendo quais das 169 metas e dos 17 objetivos propostos pela Agenda 2030 fazem sentido à realidade brasileira. Até julho de 2019, deve haver o rastreamento completo de todos os indicadores do País”, explicou.
O apoio do governo federal e da rede pública estadual, no entanto, não tiram a responsabilidade das empresas. “As instituições podem seguir esse planejamento e determinar o que pode ser mudado dentro da sua realidade”, incentivou Pereira.