Tá na Mesa discute programas assistenciais

Com o tema “Riscos ao trabalho e à renda”, considerou a necessidade de promover estratégias que promovam a independência econômica

A reunião-almoço Tá na Mesa desta semana contou com a presença do jornalista e empresário Cleber Benvegnú e do prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira. O encontro teve como tema central “Riscos ao Trabalho e à Renda” e proporcionou um debate sobre a necessidade de repensar as políticas assistenciais, com foco em estratégias que promovam a independência econômica e a inclusão social de forma sustentável.

O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, destacou a necessidade de enfrentar os grandes desafios para garantir um futuro próspero para o Estado, e enfatizou a importância de mobilizar a opinião pública em torno dos temas cruciais. Costa observou que o atual cenário traz preocupações, como o aumento de homens desmotivados para trabalhar e dependentes de programas como o Bolsa Família. O presidente também alertou que o Brasil corre o risco de reforçar a cultura do ócio e do jogo, em detrimento da valorização do trabalho. Além disso, a prática do crédito consignado na folha de pagamento dos trabalhadores é uma preocupação que não pode ser ignorada.

Costa declarou que é necessário retirar os encargos das folhas de pagamento e focar em medidas que garantam uma renda justa para os trabalhadores. Ele também ressaltou a importância de sensibilizar o presidente Lula sobre a necessidade de criar políticas públicas que priorizem a geração de empregos e a renda digna, em vez de perpetuar a dependência do crédito e do endividamento.

Durante a reunião, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, destacou as ações realizadas que resultaram na diminuição de 25% no número de beneficiários do programa Bolsa Família. Siqueira declarou não ser contra o programa do governo federal, mas ressaltou que ele deve ser usado como exceção, e não como regra.

“Hoje, Bento Gonçalves tem o menor índice de beneficiários do Bolsa Família no Rio Grande do Sul, e meu objetivo é retirar as pessoas desse programa, incentivando sua independência financeira”, afirmou o prefeito.

Cleber Benvegnú, por sua vez, fez uma análise crítica sobre os programas de assistencialismo. Ele ressaltou a falta de questionamento sobre o funcionamento do Bolsa Família e defendeu mudanças mais profundas. Benvegnú considerou que a iniciativa da prefeitura de Bento Gonçalves vai contra uma cultura predominante, e que é necessário discutir o modelo atual do programa federal.

“Muitas das políticas atuais destinadas a tirar as pessoas da pobreza têm tido o efeito perverso de mantê-las pobres”, disse, acrescentando que “o verdadeiro cuidado social começa quando a pessoa atinge a autonomia e liberdade”

Benvegnú também destacou que muitos políticos usam o assistencialismo como moeda eleitoral e afirmou que é preciso ter coragem para debater assuntos que enfrentam adversidades.