Sem mobilizar a sociedade não existem reformas

Aod Cunha, Fernando Marchet e Fernando Schuler - Foto: Itamar Aguiar

Aod Cunha, Fernando Marchet e Fernando Schuler – Foto: Itamar Aguiar

O papel do Estado e a participação da sociedade na implementação das reformas, ocuparam os espaços da manhã deste sábado (10)  no 12º Congresso da Federasul, em Canela. Foram dois painéis com uma série de  provocações que resultaram numa profunda reflexão sobre o papel da iniciativa privada e do  Estado e como financiá-lo.

No primeiro, “Cenários e Perspectivas do RS e do Brasil” , mediado pelo vice-presidente de Economia da Federasul, Fernando Marchet, o  economista, Aod Cunha e do cientista político, Fernando Schuler, mostraram que é preciso amadurecimento político da sociedade para rediscutir um novo modelo político e econômico Sem isto, os brasileiros vão continuar vivendo em um ambiente de ameaça aos direitos mínimos constitucionais.

Ambos concordaram também com a urgência de uma reforma da Previdência na tentativa de reconduzir o país a um ambiente de superávit e crescimento. “A situação está posta e pelo que tudo indica o desafio é abrir um novo período que promova a qualificação do capital humano e que resulte no aumento da produtividade”, disse Schuler.

Para contextualizar a atual situação do Brasil, Aod Cunha redesenhou a economia global e atribuiu ao país uma posição positiva de geração de riquezas nas últimas duas décadas.  “Crescemos num modelo que se esgotou. Agora é preciso enfrentar o conjunto de reformas”, sugeriu.

As dificuldades financeiras enfrentadas no Rio Grande do Sul é apenas a antecipação do que está no horizonte do Brasil, alertou o economista que confia no caminho de uma ampla discussão social para evitar o colapso do Estado. “Se manter distante das discussões públicas e de governo é o maior erro”, alertou.

 Na mesma linha, o cientista político, Fernando Schuler, percebe uma crise profunda na política e democracia brasileira, pautada por um cenário de hiperinformação e nervosismo social conduzido pelas redes de informação. “Vivemos em uma sociedade onde tudo vira escândalo”, observou ao defender uma reflexão sobre os sistemas político e partidário.

Crítico, Schuler aponta como um dos maiores erros do Brasil a construção de uma democracia constitucional estável que enrijeceu a máquina pública e procrastinou a ampla agenda de reformas. “Temos que encontrar um consenso sobre a modernização do Estado e passar a limpo a gestão pública”, finalizou.

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PUBLICADO EM: 10 de setembro de 2016