Especialistas analisaram, no Meeting Jurídico da FEDERASUL, o tema que ainda está em construção no Brasil
Embora o seguro rural possa representar aos produtores a garantia da preservação patrimonial, tanto que nos últimos cinco anos triplicou a procura por esse tipo de seguro junto às seguradoras, a atividade ainda está em construção no Brasil e requer aprimoramento. O assunto seguro rural no agronegócio foi debatido no Meeting Jurídico promovido pela Divisão Jurídica da FEDERASUL nesta terça-feira,(01). Foram convidados a abordar o tema Juliano Ferrer – presidente da Associação Internacional de Direito do Seguro – AIDA Brasil e Ricardo Villar – presidente da Comissão Especial de Seguro e Previdência Complementar da OAB-RS. “O mercado precisa amadurecer, ainda há espaço para melhorias” argumentaram os especialistas.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo segmento é a insegurança com relação aos valores destinados pelo Governo Federal a cada ano a título de subvenção, apontou Juliano Ferrer, ao destacar a falta de peritos agrícolas que possam fazer a análise correta dos sinistros, outra das deficiências do setor. “O agronegócio é o motor da economia brasileira e precisa integrar uma política de segurança alimentar, defendeu o especialista.
Na avaliação de Ricardo Villar o brasileiro ainda está aprendendo a usar o seguro rural. “Nos últimos cinco anos houve um crescimento desordenado que resultou somente no ano de 2022 em R$ 8 bilhões de sinistro, contra R$ 6 bilhões em prêmios recolhidos pelas seguradoras. Ou seja, a quebra de safra acabou impondo grandes prejuízos às seguradoras.
À exemplo do aconteceu na Europa, Juliano Ferrer acredita que o Brasil levará duas décadas para ajustar as coberturas e modalidades do seguro rural que cobre não somente a atividade agrícola, mas também a pecuária, seguro de animais, do patrimônio do produtor e seus produtos e também seguro de vida do produtor.” O seguro agrícola cobre perdas decorrentes de fenômenos meteorológicos como ventos fortes, granizo, geada, seca e variações drásticas de temperatura. Cobre a vida da planta, desde a sua emergência até a colheita, contra riscos extremos e inevitáveis”, complementou ao acrescentar que o seguro rural protege uma das atividades mais importantes da economia.
O debate desta terça-feira foi conduzido pela coordenadora adjunta da Comissão Permanente de Seguro da Divisão Jurídica da FEDERASUL, Jaqueline Wichineski. Ela lembrou que o segmento de seguros representa hoje 7% do PIB nacional. Atualmente 17 seguradoras estão habilitadas a atuar no país, entretanto cerca de 10 estão atuando plenamente.