O caminho para a mudança no Rio Grande do Sul passa, necessariamente, pela renegociação da dívida com a União, que consume 13,8% da arrecadação mensal do Estado. O governador José Ivo Sartori não escondeu a sua insatisfação com as alternativas apontadas pelo Governo Federal ‘a repactuação e afirmou, durante o primeiro “Tá na Mesa” de 2016 da FEDERASUL que conta com a mobilização social e o engajamento dos empresários em um movimento plural para garantir uma carência de três anos nas parcelas.
O presidente da FEDERASUL , Ricardo Russowsky, saudou a presença do governador e disse que é preciso construir um ambiente de mais desenvolvimento e progresso. “Acredito que é preciso empenho e coragem para enfrentar os principais problemas impostos pela crise financeira”, pontuou. Na oportunidade, Russowsky também lançou a campanha da entidade contra a recriação da CPMF.
Ao defender a mudança no atual indexador, que utiliza os índices do IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna), o governador argumentou que o critério de correção da dívida está defasado. “Assim como está, o valor aumenta cada vez mais e já chegou aos R$ 50 bilhões”. Sartori alega inclusive que o atual método contraria o que está estabelecido na lei 148/2014, que prevê a cobrança por meio de juros simples e não o capitalizado como é o praticado pela União. “Esperamos mais bom senso por parte do Governo Federal”, pediu.
O governador acredita que a situação do RS precisa ser tratada de forma diferenciada pela União em função de sua gravidade que começa a gerar desaquecimento de todas as áreas produtivas. “Somos uma das piores entre os demais estados do Brasil”, revelando que nem mesmo com a correção do ICMS foi possível mudar a situação do caixa estadual. “A arrecadação em fevereiro foi R$ 41 milhões abaixo das expectativas”, contou.
O ajuste fiscal vai continuar no RS por uma questão de responsabilidade, afirmou Sartori ao dizer “não vamos afrouxar o cinto”. No entanto está no caminho do governo melhorar a gestão dos serviços básicos, promover a proteção social e o desenvolvimento. “É preciso caminhar. É preciso mudar”.
O governador também foi questionado sobre a permanência do PMDB no governo Dilma e as últimas ações da Operação Lava Jato. “As investigações devem seguir o curso normal e se existir algum motivo deve ser averiguado e corrigido”, comentou.
Durante o “Tá na Mesa” duas homenagens foram feitas pela Federasul. A primeira para a Icatu pelos seus 25 anos de atuação no Rio Grande do Sul. E ao ex-ministro Eliseu Padilha pelo seu empenho e dedicação na autorização da Lei Rouanet, que prevê a recuperação do Palácio do Comércio.