A Federasul enviou ao senador Airton Sandoval, (PMDB-SP), relator da Medida Provisória (MP) 774 – que retira a redução tributária da folha de pagamento -, uma carta formalizando sua preocupação com o retorno dos impostos. Segundo a entidade, a oneração vai aumentar o custo da folha e colocar em risco mais de 150 mil empregos.
A Federasul lembra que a volta dos impostos vai afetar, diretamente, diversas ramificações da economia, tais como tecnologia, call center, hoteleiro, vestuário e calçadista, além do automotivo, impactando também nas finanças dos estados da Federação.
A proposta não pode prosperar, diz o documento, sob pena de o Brasil perder ainda mais competitividade no mercado produtivo e de serviços e ainda aumentar o desemprego. “Aprovar esta medida seria uma irresponsabilidade nesse profundo momento de crise e instabilidade econômica e política pela qual passa o nosso País”, alerta a presidente da entidade, Simone Leite.
O governo enviou em março ao Congresso Nacional uma Medida Provisória (MP) acabando com a desoneração da folha, criada em 2011 e ampliada nos anos seguintes, para diversos setores da economia. Precisando de recursos para fechar as contas deste e do próximo ano, a equipe econômica determinou que esses setores voltem a recolher a contribuição previdenciária sobre os salários pagos, e não sobre o faturamento.
A reoneração permite cobrir o déficit previdenciário. Porém, na contramão disso, está o desemprego que tal acréscimo vai trazer. Ao todo, se aprovada, estão ameaçados mais de 150 mil postos de trabalho. Só na indústria, a queda será de quase 77 mil, ainda em 2017. Conforme a presidente da Federasul, “o governo busca uma dose homeopática de solução para o déficit previdenciário, e compromete o crescimento econômico e social.”