Previsão é do economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, que falou no Tá na Mesa da FEDERASUL
O Brasil de 2022 deve crescer menos do que o Brasil de 2021: 1,5% e 5,7%, respectivamente. No cenário regional, o sul, no entanto, poderá ter um desempenho maior: 5,9% para este ano e 2% para o ano que vem. Reflexo dos bons momentos do agronegócio e do desempenho do varejo que está sendo melhor do que no resto do Pais. Circunstâncias como as eleições em 2022 e as reformas fundamentais que estão na pauta do Congresso são questões que devem impactar menos nos índices de desempenho do que a possibilidade de racionamento de energia, que poderá acontecer ainda neste ano, com pequenos apagões. “Isso vai comprometer o crescimento”, previu o economista-chefe do Banco Itaú Unibanco, Mário Mesquita, ao falar, no Tá na Mesa, da FEDERASUL, nesta quarta (25).
Ao abrir o Tá na Mesa, o presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, lembrou que o setor produtivo procura ler as projeções sobre o desempenho da economia, que são assinadas pela equipe comandada pelo economista Mário Mesquista, do Itaú Unibanco. No quesito inflação, por exemplo, as projeções são bem altas: 6,9% para este ano e 3,9% para 2022.
O vice-presidente da entidade, Fernando Marchet, coordenador da divisão econômica, que conduziu as perguntas, questionou se há, no horizonte, a possibilidade de aumentar o nível de inadimplência com a retirada dos estímulos econômicos. Mesquita respondeu que a inadimplência deve ser menor do que foi há 10 anos, por causa dos juros altos da época.
Os indicadores apresentados pelo economista-chefe, são fundamentados em dados do Indicador Diário da Atividade Econômica (IDAT) do Itaú. Ele apura a retomada de geração de empregos formais, no avanço da vacinação do País e o comportamento de salários (o Itaú, por exemplo, processa 20% das folhas salariais no Brasil). “No emprego, a recuperação é forte”, disse Mesquita, que foi diretor de Política Econômica do Banco Central, em 2016 e também atuou no Fundo Monetário Internacional.
De acordo com as previsões apresentadas, a pauta de reformas que está no Congresso não deve avançar. Mesquita se referiu tanto à reforma tributária como administrativa. “A administrativa é mais importante para o funcionamento do setor público do que para o benefício comum” explicou, mas, cético, disse não ter expectativa alguma de reformas em 2021. “O Congresso está travado”, concluiu.
No quesito juros, o Itaú projeta uma Selic de 7,5%. Mesquita lembrou que “juros em elevação ajuda a fortalecer o real” e estimou que, até o final do ano, a relação será de R$ 5,00 por dólar.