Presidente da FEDERASUL pergunta para candidatos à Presidência

Anderson Trautman Cardoso representou a CACB nos questionamentos a três dos candidatos no evento Diálogos promovido pela UNECS, em Brasília

O presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, participou, nesta terça (30), em Brasília, do evento Diálogos com Candidatos à Presidência da República, promovido pelo Instituto UNECS – União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços. O evento ocorreu no Centro de Convenções Brasil 21

Foram temas abordados pelos presidentes das entidades (Anderson, que é vice-presidente da CACB, foi o responsável pelas perguntas da entidade). Cada candidato teve 45 minutos para comentar assuntos relevantes para o setor, tais como melhoria do crédito, inovação, infraestrutura, desburocratização e tributários.

O Diálogos iniciou às 9h com o candidato Ciro Gomes (PDT), seguiu com Jair Bolsonaro (PL) e encerrou (no meio da tarde) com Soraya Thronicke (União Brasil).

 

Veja o resumo de cada candidato, em matéria preparada pela assessoria de imprensa da CACB:

 

Ciro Gomes diz ser preciso impor ao Brasil a tarefa
de sermos “um Portugal” em 30 anos

Um projeto nacional de desenvolvimento para colocar o Brasil de volta ao rumo: assim, o candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, descreveu sua proposta de governo durante evento organizado pelo Instituto Unecs, nesta terça-feira (30). Para Gomes, é preciso impor ao País, democraticamente, a tarefa de sermos “um Portugal”, em 30 anos. “Nesse, sentido, precisamos decompor os indicadores socioeconômicos e estabelecer a distância para alcançá-los”, declarou.

Ao longo de 50 minutos, o candidato respondeu a questionamentos de empresários de todos os setores representados pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). Segundo ele, seu plano de governo pretende restaurar o ambiente de negócios e dar modelo ao sistema tributário, que descreveu como o mais caótico, estúpido e perverso do mundo.

Ciro defendeu a unificação de tributos em um único imposto sobre valor adicionado, e afirmou ser necessário “deslocar o peso da carga tributária do consumo e pesá-lo um pouco mais sobre patrimônio e renda das classes mais abastadas”.

 

Bolsonaro comemora resultados recentes da economia brasileira

Candidato à reeleição, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), comemorou o desempenho da economia, nos últimos dois meses, e afirmou que o papel do seu governo é facilitar a vida dos empreendedores. “Este é o segundo mês consecutivo com deflação e com saldo positivo, mês a mês, na geração de empregos. É vocês que criam empregos, minha obrigação é não atrapalhar a vida de vocês, desburocratizar e descomplicar. Somos o sétimo país mais digitalizado do mundo, e isso certamente tem reflexo na economia”, comentou Jair Bolsonaro, dizendo se sentir em casa.

Segundo o presidente da República, ações de seu governo possibilitaram que o Brasil superasse, rapidamente, as dificuldades causadas pela crise sanitária. É o caso do Pronampe – Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e o BEm – Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Nos anos de 2020 e 2021, no âmbito do Pronampe, só o Banco do Brasil liberou um total de R$ 15,2 bilhões, atendendo mais de 186 mil empresas.

“Tivemos uma grande vacina: a Lei de Liberdade Econômica. Hoje, leva-se apenas um dia para abrir uma empresa, com o site ‘Gov.br’. Também pagamos o auxílio para 68 milhões de informais. Estas ações seguraram a pandemia e contribuíram para a geração de quase três milhões de empregos”, falou o presidente da República, lembrando ainda que usou critérios técnicos para escolher os seus ministros.

 

Soraya Thronicke defende criação de imposto único
como principal medida para acelerar a economia

 

A candidata à Presidência da República pelo partido União Brasil, Soraya Thronicke, defendeu como principal medida para a recuperação econômica do Brasil a proposta de reforma tributária com unificação de 11 impostos federais. Segundo ela, corrigir a incidência por meio da simplificação irá desonerar o empresariado em torno de 20%. “Nós iremos incluir 11 tributos federais e substituir por um imposto apenas, que será cobrado por meio de movimentação financeira sobre depósitos e saques, com alíquota de 1,26%”, destacou Soraya.  A declaração foi dada durante o evento Diálogos Unecs, realizado pela União Nacional das Entidades do Comércio e Serviços, nesta terça-feira (30/8), no Centro de Convenções Brasil 21.

A então senadora da República propôs também a isenção do Imposto de Renda para a população que recebe até 5 salários mínimos (R$ 6.600). “Sejam sinceros. Vocês conseguem dar aumento de 8% para o seu funcionário? Não. Mas o seu funcionário vai ficar mais feliz. Eu creio que este seja nosso carro chefe”, indagou, sobre o aumento na renda das pessoas que seriam beneficiadas pela proposta. Como forma de acelerar o mercado de trabalho, a candidata apontou ainda a necessidade de se investir em educação para a adequação com a realidade digital, além de criar um ambiente de negócios mais seguro para investimento exterior. “Temos que utilizar o Ministério da Educação (MEC) para que faça a coisa certa, e ter alguém que permaneça lá dentro, a princípio”, disse.

Para Soraya, ofensivas ideológicas a países podem representar um perigo para as relações comerciais do país. “Tratar mal a China é muito ruim para nós. Ficar no embate faz um mal danado. É perigoso, não é necessário em um país democrático, que se diz liberal. Fazer isso é totalmente incongruente”, argumentou. “O ambiente de negócios fica, sim, vulnerável e isso não é bom para as exportações”, completou.

 

 

PUBLICADO EM: 10 de outubro de 2022