O estudo estima um recuo de até 1 ponto porcentual por ano na média do Produto Interno Bruto (PIB) dos países exportadores de commodities no período 2015-2017, em comparação com o intervalo de 2012-2014. “Esse fenômeno deverá nos levar a revisar a previsão de crescimento. A expansão do PIB mundial a 3,3% este ano já não é mais realista. A projeção de 3,8% em 2016 também não é. Contudo, deveremos ficar acima de 3%”, disse a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde.
Os países exportadores de matérias-primas energéticas podem sofrer mais. A análise mostra que o PIB dessas nações pode recuar, em média, 2,5 pontos na mesma comparação. Para o FMI, os investimentos e o potencial de produção tendem a desacelerar enquanto os preços estiverem caindo. “O declínio no potencial de crescimento implica resposta de política econômica que vá além de medidas do lado da demanda e inclua reformas estruturais”, disse a instituição.
A flexibilidade cambial, que, de acordo com o FMI, cresceu entre os exportadores de commodities ao longo da última década, poderia ajudar a amenizar o impacto da retração nos preços das matérias-primas.
Câmbio. Outro diagnóstico feito pelo FMI está relacionado aos movimentos nas taxas de câmbio, que têm considerável efeito sobre o comércio exterior. O levantamento mostra que a cada 10% de depreciação real na moeda de um país, a exportação líquida real aumenta em uma média de 1,5% do PIB.
Alguns estudiosos chegaram a sugerir que os movimentos do câmbio atualmente são menos relevantes para o comércio exterior do que costumavam ser no passado, o que poderia dificultar a condução da política econômica. Entretanto, segundo o FMI, há poucos sinais de descompasso entre taxa de câmbio e comércio internacional.
A análise – baseada em dados de países desenvolvidos e emergentes ao longo de três décadas – mostra que a relação entre câmbio e comércio externo continua sendo estreita. “Recentes movimentos do câmbio envolvem substancial redistribuição das exportações líquidas entre as economias. As taxas de câmbio ainda podem ajudar a reduzir os desequilíbrios comerciais.” Segundo a instituição, o dólar se fortaleceu mais de 10% em desde meados de 2014, enquanto o euro se depreciou mais de 10% desde o início de 2014 e o iene se desvalorizou mais de 30% desde meados de 2012.
Fonte: O Estado de S. Paulo