O longo período de recessão chegou à cozinha dos brasileiros, em especial na fabricação de panelas. A Tramontina assistiu a redução na produção do seu parque de 400 mil panelas/mês para 150 mil/mês entre 2012 e 2015. Apesar do consumo em queda não faltou persistência e ânimo e a gigante Tramontina, mais que dobrou a produção. A retomada serviu para mostrar, no Tá na Mesa desta quarta-feira (07.12), o pensamento do presidente do Conselho de Administração da empresa, Clovis Tramontina. Foram o otimismo e a confiança no País os fatores essenciais à retomada da produção. Na linha de produção hoje, a fábrica contabiliza 350 mil panelas.
Esta mesma confiança, essencial para seus negócios e motivadora para seus colaboradores, Tramontina demonstra com a recuperação do Estado. Para ele o pacote de medidas apresentadas pelo governo do Rio Grande do Sul vai devolver a sustentabilidade. “O RS chegou ao fundo do poço. Fico indignado com essa situação”, pontuou ele.
O lema “crises são passageiras e os objetivos permanentes” foi o que levou a empresa a enfrentar as dificuldades sem grandes turbulências. A perda de 15% nas vendas não impediu a Tramontina de atravessar o período com suas 10 fábricas em funcionamento e manter os 7,5 mil empregos. “Diminuímos a velocidade, mas não paramos”, contou o presidente ao revelar que a internacionalização está entre as apostas da empresa.
As exportações já respondem por 40% do faturamento da Tramontina, com maior destaque para o mercado das Américas que correspondem a 55% das vendas, seguido das participações na África e Europa. “Vamos continuar sendo uma empresa brasileira, da Serra e de Carlos Barbosa”, afirmou Tramontina ao ressaltar “Acreditamos no RS e no Brasil”.
Ele aproveitou a oportunidade para deixar o seu recado aos governantes: “a austeridade dos serviços públicos deve estar acompanhada pela eficiência e a redução da burocracia”. Tramontina também destacou a necessidade de se manter incentivos fiscais, principalmente para a instalação de fábricas, como forma de promover o desenvolvimento regional. “Mas só incentivo não é suficiente. Tem que ter muito trabalho”, frisou.
O grande desejo do empresário é acompanhar a retomada do crescimento com a inclusão dos 12 milhões de desempregados no mercado de trabalho. “É somente com a força do trabalho que vamos transformar esse pibinho em um pibão”. Além da presidente da Federasul, Simone Leite, Tramontina foi saudado pelo presidente as Associação Comercial e Industrial de Carlos Barbosa, Fabiano Ferrari. “Um empresário que nos orgulha de fazer parte da nossa Associação”, finalizou Ferrari.