O envelhecimento da população brasileira sugere um desafio adicional para o crescimento econômico de longo prazo
“A nova economia e o futuro do Brasil” foi o segundo painel da manhã de sábado, no último dia do Congresso da Federasul. O economista Aod Cunha disse que para o Brasil crescer precisa aumentar dramaticamente a agenda de produtividade. Mostrou as restrições advindas da pandemia e o crescimento da inflação, fenômeno global, aumentaram os juros e o próximo governo brasileiro vai ter que lidar com um mundo diferente. “A economia vinha melhorando e no curto prazo é necessário saber quem vai integrar a política econômica e como vai lidar com o tema fiscal no próximo ano, num mundo mais difícil”, enfatizou. O painel, mediado pelo vice-presidente Fernando Marchet, mostrou os desafios em relação ao tema produtividade.
Dentro do cenário mundial, o Brasil cresceu menos do que o mundo mas é importante entender que a educação precisa ensinar os jovens a terem raciocínio lógico para alavancar a produtividade. Aod Cunha mostrou o desafio do Brasil em função do envelhecimento da população. “Nos próximos 10 anos a produtividade terá que triplicar para que cresçamos como crescemos nos últimos 20 anos. De 2027 em diante a produtividade precisa mais que quadruplicar para mantermos este crescimento”, explicou.
Ele lembrou que é preciso ter um senso de urgência para aumentar a produtividade: fazer as reformas, investir na educação. “Chegou a hora da reforma tributária e, tomara, a reforma administrativa”, enfatizou. Segundo ele, ”o governo não pode errar na política fiscal”. Disse também que o Brasil não terá mais a China crescendo a 12% ao ano, mas tem outras duas boas oportunidades no cenário externo: “relocalização de cadeias produtivas e economia verde”.
Em relação ao Rio Grande do Sul (não é uma ilha), Aod Cunha disse que depende da trajetória do País. Como o PIB gaúcho vem oscilando entre 6 a 6,5% do PIB brasileiro um dos principais desafios para manter a economia é manter o equilíbrio fiscal.
Lembrou também que o Regime de Recuperação Fiscal tem duas frentes importantes e concluiu que o maior desafio, tendo em vista que o RS já antecipou o envelhecimento, será a produtividade de uma força de trabalho ativa proporcionalmente menor do que a força inativa, o que exigirá capital humano melhor preparado. “O RS precisa voltar a ambicionar ser um dos melhores na educação no Brasil”.