Giovani Baggio foi o palestrante da reunião-almoço que a Acil promoveu nesta quinta-feira (11) com o Sinduscom-VT.

Lajeado – Os efeitos da guerra tarifária na economia mundial e seus reflexos no Brasil e no Rio Grande do Sul foram pauta da reunião-almoço (RA) promovida nesta quinta-feira (11) pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). A programação, realizada em parceria com o Sinduscom Vale do Taquari, teve palestra com o economista-chefe do Sistema Fiergs, Giovani Baggio. Ele apresentou algumas projeções para 2026 e falou sobre os caminhos de adaptação para as empresas diante de um cenário de incertezas.
Ao iniciar sua exposição, Baggio falou que as informações da apresentação visam contribuir com dados para que os empresários possam tomar as melhores decisões dentro das empresas. “Vamos ver como está o cenário internacional e a economia brasileira. Com essas informações em seu planejamento, a indústria consegue informações para definir as suas ações”, comentou.
De forma geral, Baggio comentou que o mundo caminha para um ciclo de crescimento mais lento e de incertezas elevadas. Segundo o especialista, em 2025, com os reflexos da guerra comercial, o PIB do mundo deve crescer menos em relação ao observado nos últimos anos e a inflação deve ser relativamente menor, mas com riscos de alta. “O cenário global mudou de patamar. A guerra tarifária instaurou uma nova era no comércio internacional, marcada por custos mais altos e menor previsibilidade para investimentos”, avaliou.


Apresentando dados sobre o índice de incerteza política comercial, Baggio comentou que as projeções estão semelhantes às enfrentadas durante a pandemia. “Estamos diante de um mundo em que empresários e governos têm dificuldades crescentes de prever o futuro. Isso afeta as decisões de investimento, consumo e geração de empregos”, afirmou.
Brasil
Além do cenário externo, Baggio também falou sobre os desafios enfrentados no Brasil. Segundo o economista, a alta carga tributária e os juros elevados dificultam investimentos por parte das empresas e, assim, travam o crescimento econômico. “O Brasil precisa de reformas estruturais para reduzir a rigidez do gasto público e garantir um ambiente econômico mais estável”, comentou.
Baggio comentou que, desde o início do mandato em 2023, o governo federal já anunciou mais de 20 medidas com foco na elevação das receitas públicas. Segundo o economista, é necessário garantir condições estáveis para que o setor produtivo possa realizar investimentos. “O ambiente de negócios precisa de estabilidade. Se o governo não conseguir dar clareza às regras fiscais, as empresas terão de adiar projetos e isso vai refletir no desenvolvimento econômico”, avaliou.
Rio Grande do Sul
Ao abordar o cenário gaúcho, Baggio comentou que o desafio é ainda maior, já que os efeitos da guerra tarifária se somam ao ambiente interno. Segundo o economista, entre 2020 e 2025 eventos climáticos como a estiagem e as enchentes afetaram fortemente a produção agrícola e industrial do Estado e, recentemente, a indústria foi impactada com as tarifas impostas pelo governo americano.
O economista revelou que o Rio Grande do Sul está entre os estados brasileiros mais impactados pelas medidas, tendo mais de 85% das exportações tarifadas. “Essas tarifas atingem setores como calçados, móveis e metalurgias, responsáveis por grande parte das contratações”, destacou.
Ao final da apresentação, Baggio comentou que a confiança do empresariado foi abalada com as questões envolvendo a economia. O especialista comentou que o índice registrado no mês de agosto de 2025 é o mais baixo registrado desde junho de 2020, durante a pandemia. “O ambiente de negócios ainda é de cautela, mas a história mostra que o Rio Grande do Sul tem capacidade de superar crises. Precisamos transformar essa resiliência em planejamento de longo prazo”, finalizou.
Organização das empresas

O vice-presidente de Relações Institucionais da Acil, Eduardo Brancher Gravina, em sua saudação, falou que a avaliação e as informações apresentadas pelo palestrante são essenciais para que as empresas possam organizar seus projetos e planejar futuros investimentos. “É essencial observar com atenção os dados da economia mundial e ver como ela se comporta. Assim os empresários podem ter uma perspectiva sobre como é possível realizar o planejamento para tornar as empresas cada vez mais competitivas”, comentou.
Ao final do evento, Gravina e o presidente do Sinduscom-VT, Daniel Bergesch, conduziram as perguntas do público ao palestrante.
Patrocínio
As RA’s de 2025 da Acil têm o patrocínio de Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), BrasRede Telecomunicações, CBM Materiais Elétricos, Excellence Garçons, Florestal Alimentos, Fruki Bebidas, Grupo Imec, Grupo RBS, Kappel Imóveis, Olicenter, Rhodoss Implementos Rodoviários, Sicredi Integração RS/MG, Tecnosom Sonorização, Unimed VTRP, Vincere Construtora e Wep Compliance.