A opinião é do gerente de Investimentos da Sicredi Pioneira, Arthur Müller Fiedler, palestrante do Momento do Empreendedor realizado nesta quarta-feira, 21, pela ACIST-SL. Convidado para falar sobre o cenário econômico e as oportunidades de investimento diante da perspectiva de queda de juros, ele ponderou que “o pior já passou” e que há outras medidas – além da redução da taxa de juros – que tanto o Governo como as lideranças empresariais precisam adotar para o Brasil impulsionar seu desenvolvimento econômico e social. “O Banco Central está fazendo o seu papel técnico. Fez a lição de casa e agiu com mais antecedência em relação aos outros bancos internacionais. Agora, espera-se uma redução gradual, que pode chegar, ao final deste ano, em uma taxa Selic de 13%”, disse. Em maio, a taxa ficou em 13,75%
Fiedler apontou que os juros nacionais estão atrelados a fatores externos, como a alta das taxas praticadas nos Estados Unidos e Europa; pelo conflito entre Ucrânia e Rússia; pelo fator China, cuja economia não cresceu na velocidade esperada; e na recessão global, a qual não se sabe se será prolongada ou curta ou profunda ou rasa. “As questões geopolíticas impactam diretamente a nossa economia, mas não temos como influenciar os seus resultados. O que cabe ao Brasil é tomar seu lugar de destaque entre os BRICs, implantando as medidas necessárias para isto”.
Na sua avaliação, o Governo precisa utilizar o primeiro ano da nova gestão para acelerar a reforma tributária, assim como apontar o arcabouço fiscal. A desoneração do processo produtivo, ressalta Fiedler, é essencial para que a Indústria, por exemplo, retome as atividades. É este setor que mais foi afetado pela alta dos juros, principalmente no segmento de bens duráveis. “Se a reforma tributária realmente ocorrer e for ampla, o Brasil poderá elevar o PIB em 5% nos próximos cinco anos”, estima. A adoção do IVA, modelo europeu para a simplificação dos tributos, seria outra medida importante.
Avaliando a economia brasileira por segmentos, Fiedler demonstrou que, no varejo, itens que dependem de renda (calçados, confecções), mantiveram o consumo estável. Porém, os que dependem de crédito tiveram forte impacto negativo, como materiais para construção, veículos e móveis e eletrodomésticos.
Nos Serviços, segmentos muito atingidos pela pandemia, como o Turismo, estão em crescimento, o que gera muitas oportunidades para o Rio Grande do Sul, devido à diversificação e às regiões privilegiadas.
Já o Agronegócio, conforme o economista, terá um destaque positivo, com um PIB de 7,4% em 2023, causado pelo bom desempenho da soja, cuja safra cresceu 22% e do milho, que ficou em 16%.
As lideranças empresariais locais, por outro lado, segundo Fiedler, podem articular-se para enfrentar os desafios nas áreas de infraestrutura, segurança pública e desenvolvimento. “O desenvolvimento econômico é uma consequência de diversos fatores. A taxa de juros é apenas um deles”.
O presidente da ACIST-SL, Felipe Feldmann, destacou que os dados apresentados são de muita importância para a tomada de decisões. “O Banco Central adotou o remédio amargo, mas necessário para o controle inflacionário. Sabemos que espera-se um período de recessão, cujo tempo e tamanho ainda não foram estabelecidos”, aponta. Na região, o impacto já vem sendo sentido pela redução nos empregos do setor da Construção Civil e na Indústria.
Crédito mais barato – Segundo Fiedler, há muitas opções no mercado financeiro para a obtenção de crédito mais barato, assim como para aplicações. Como exemplo, apresentou as opções da Sicredi Pioneira para curtíssimo, curto, médio e longo prazo. “Nosso sistema cooperativado é reconhecido pelo inúmeros benefícios, como taxas de serviços mais baixos e carteira de ofertas de aplicações para investidores dos diversos perfis.
O Momento do Empreendedor contou com o patrocínio do Momento do Empreendedor é da Sicredi Pioneira, Stihl, SKA, Unimed, Datwyler do Brasil Ltda, Frontec e Colégio Sinodal. O apoio é do Sebrae.
Elizabeth Renz
Assessoria de Imprensa ACIST-SL