Jornalistas comentam Eleições 2024 no Tá na Mesa

Cinco profissionais especializados e atuantes na área política foram os convidados da reunião-almoço da FEDERASUL

Fernando Albrecht, Guilherme Macalossi, Rafael Goelzer, Mauren Xavier, Paulo Egídio e Paulo Sérgio Pinto. Foto: Sérgio González.

O que esperar do processo eleitoral municipal de 2024? O Tá na Mesa desta quarta-feira (18), promovido pela FEDERASUL, contou com cinco jornalistas de grandes veículos do estado para responder a essa questão. 

Os painelistas foram o editor da coluna Começo de Conversa do Jornal do Comércio, Fernando Albrecht; o gerente de jornalismo da Rádio Bandeirantes e BandNews FM, Guilherme Macalossi; a editora de política do jornal Correio do Povo, Mauren Xavier; o jornalista de Zero Hora e GZH Paulo Egídio; e o jornalista e vice-presidente da Rede Pampa, Paulo Sergio Pinto.

Rafael Goelzer. Foto: Sérgio Gonzalez.

O evento foi aberto pelo presidente em exercício da FEDERASUL, Rafael Goelzer, que destacou a importância das eleições municipais para os 497 municípios gaúchos e incentivou maior participação da sociedade e do empresariado nas decisões políticas.  “Temos uma oportunidade ímpar este ano de mudar a realidade dos nossos municípios através do pleito. Como cidadãos, precisamos nos perguntar se estamos participando da política das nossas cidades como deveríamos”, afirmou Goelzer, que também lembrou que a aproximação entre o empresariado e as Câmaras de Vereadores pode gerar mudanças significativas. “Não importa o resultado das eleições, precisamos nos aproximar das Câmaras e dos prefeitos”, concluiu.

 

Fernando Albrecht. Foto: Sérgio González.

Fake News

O primeiro dos painelistas, Fernando Albrecht, abriu sua fala afirmando que o “primeiro turno é uma ficção, como um treino de Fórmula 1”, destacando que os resultados do pleito podem mudar drasticamente até o final.  Ele também chamou atenção para o impacto das enchentes no processo eleitoral e para os desafios impostos pela internet, com a crescente disseminação de fake news e “deep fakes”, que distorcem até mesmo imagens e áudios. Albrecht acredita que os temas relacionados aos costumes não terão tanto peso neste primeiro turno e aconselhou os candidatos a evitarem abordagem irônicas nos debates.

Guilherme Macalossi. Foto: Sérgio Gonzalez.

Democracia 

Já Guilherme Macalossi fez uma análise sobre a civilidade no processo eleitoral e criticou o clima de polarização, mencionando de forma humorada o incidente da “cadeirada” no debate da prefeitura de São Paulo, no domingo (15). “As eleições estão sendo tomadas por figuras que querem esculhambar”, afirmou o jornalista.  Ele criticou posturas como a de Pablo Marçal, na eleição de São Paulo. Segundo Macalossi, a abordagem do candidato à prefeitura da capital paulista impede a discussão e gera provações desnecessárias.  

Macalossi também frisou que a atenção da população ainda não está voltada para as eleições e alertou para o papel do jornalismo em garantir que os eleitores tenham acesso à informação de qualidade para decidir seus votos. “Democracia não é o regime do vale-tudo, é o regime da regra, da Lei”, afirmou.

Mauren Xavier. Foto: Sérgio González.

Porto Alegre

Sobre o pleito de Porto Alegre, Macalossi destacou a última pesquisa da Quaest, que mostra Maria do Rosário (24%) em queda, enquanto Sebastião Melo (41%) mantém a ponta e Juliana Brizola (17%) cresce. Felipe Camozzato segue com 3%.  

Mauren Xavier ressaltou a importância do próximo pleito para Porto Alegre, considerando que o prefeito eleito será responsável por importantes decisões, como a revisão do plano diretor da cidade. Ela também destacou a necessidade de renovação política, apontando para a redução do número de candidatos e o surgimento de novos nomes à esquerda e à direita.

Paulo Egídio. Foto: Sérgio González

Reflexão 

O jornalista Paulo Egídio argumentou que as pesquisas eleitorais são apenas “recortes de momento”, e que os resultados podem mudar rapidamente. Ele lembrou que a memória do eleitor desempenha um papel fundamental nas eleições e que eventos inesperados podem influenciar o resultado final.  “Eleição é onda. Um fato, um acontecimento, o imponderável, pode definir o resultado”, disse Egídio, alertando ainda para fenômenos como Marçal, que representam uma oportunidade para refletir e entender o que motiva eleitores a se identificarem com figuras de fora da cena política.

Ele também lembrou as influências do meio digital na decisão dos eleitores, principalmente em um mundo de cortes, de edição. “Não importa o fato, importa a versão. Os cortes definem a imagem que alguns candidatos têm”, afirmou.

Paulo Sérgio Pinto. Foto: Sérgio González

Mídia tradicional

Paulo Sergio Pinto trouxe uma perspectiva diferente, destacando que, apesar da força crescente das redes sociais, o rádio e a televisão ainda têm um papel crucial nas eleições. Ele acredita que esses veículos tradicionais continuam sendo fundamentais para consolidar a imagem dos candidatos. Pinto também observou que a direita tem se mantido forte nos últimos anos e vê uma oportunidade para o crescimento do PT neste pleito, embora tenha questionado a qualidade das pesquisas eleitorais. 

 

Espaço Vitrine

No espaço Vitrine, vice-presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Leandro Olegario divulgou a campanha Poder de Duvidar. A ação da ARI visa fomentar a cautela, o senso crítico e o consumo consciente de informações, para valorizar o jornalismo profissional. 

PUBLICADO EM: 18 de setembro de 2024