Não bastasse as dificuldades de escoamento da safra pela falta de dragagem no canal do porto de Rio Grande, agora as esperanças de avanço nas obras de duplicação da BR-116 vão se esvaindo. É desta forma que inicia a nota emitida pela Federasul, lamentando a decisão da bancada gaúcha em não priorizar, nas suas emendas, a BR-116, entre Guaíba e Pelotas. “Nossos representantes, colocam outras prioridades na frente pela disputa dos recursos das emendas de bancada”, diz a presidente, Simone Leite.
A nota cita as carretas abarrotadas de grãos transitando amontoadas numa BR-116 em obras, entre famílias inteiras que se arriscam entre Porto Alegre e Pelotas, numa trágica estatística cada vez com mais vítimas fatais e feridos. O documento lembra dos acidentes que não deveriam ter acontecido se a BR-116 estivesse duplicada. “Famílias que teriam sido preservadas, pessoas em idade produtiva que se tornam dependentes do Estado…trata-se antes de tudo de uma questão humanitária, mas se isto, por si só não fosse suficiente para aflorar nossa sensibilidade, sobram argumentos sociais e econômicos num Estado com o nosso percentual de desempregados”, enfatiza o texto.
A Federasul lembra do número de empresas que precisam abandonar o Rio Grande e reconhece que “os gaúchos estão se perguntando como continuar produzindo e investindo num Estado cada vez mais hostil, cada vez mais caro?” A nota encerra lembrando que o descaso do Estado deixa outros Estados e portos atrativos tanto para nossos produtos como para nossas empresas:
– Não temos mais dúvidas de que não se trata apenas de falta de recursos mas de vontade política para enfrentar o problema e evitar mais prejuízos aos bolsos privados.