A frágil conjuntura brasileira

Da esquerda para a direita: Prieto, Marchet, Puggina, Ventura e Scandiuzzi

Conjuntura brasileira abriu o primeiro painel do 14º Congresso da Federasul. Percival Pugina, arquiteto e escritor; Fábio Prieto, desembargador e ex-presidente do TRF SP e MS; e João Scandiuzzi, economista do BTG Pactual falaram sobre cenários e, além de mostrarem os graves problemas brasileiros, detalharam as razões da crise que conduz o Brasil para caminhos “perigosos”. Mediado pelos vice-presidentes Sebastião Ventura e Fernando Marchet, o painel mostrou o grande trabalho que está por vir diante do processo eleitoral. 

Percival Pugina foi o primeiro a falar e lembrou que a sociedade está aprisionada pelo círculo da corrupção. O jogo de dar benefício para um e a conta para todos, transformou o Brasil neste monstro que conhecemos. Disse que o ciclo da democracia numa frágil estrutura como a brasileira, permitiu com que a greve dos caminhoneiros sofresse a influência de movimentos análogos.

Indo ao encontro desse discurso, o desembargador Fábio Prieto, criticou a reforma judiciário de 2002 que consagrou quatro Conselhos de Justiça, com ampla liberdade para a magistratura. “O Judiciário deve ter força, mas não pode protagonizar diante do parlamento”, observou, questionando a possibilidade dos juízes de “fazerem tudo, menos sentenciar”. Segundo ele, a reforma introduziu uma sindicalização compulsória que tende a atrasar a democracia e a sociedade.  Sobre a Lava Lato, falou que, graças ao perfil internacional do grupo, tem juízes treinados para atender aos objetivos da ação, independente da reforma.

No cenário econômico, esta conjuntura trouxe desvantagens. O economista do BTG Pactual, João Scandiuzzi, lembrou que a queda nos investimentos na última recessão foi de 30%. Neste cenário esclareceu que a primeira pergunta a ser feita pelo novo presidente da República é como fazer o investimento decolar. A segunda é como reduzir também o desemprego. Falou ainda sobre conjuntura atual, inclusive na questão cambial e lembrou que até meados de maio, o Brasil estava alinhado com o mundo nessa questão, influenciada pela globalização. “Depois, não mais”.

PUBLICADO EM: 8 de junho de 2018