A entidade projeta uma visão de Estado partindo de algumas perguntas. Uma delas: “vamos legar um Estado rico em oportunidades em 2035?”
A FEDERASUL lançou nesta terça (25) o Manifesto Empreendedor Gaúcho, com a seguinte pergunta? “que Estado queremos comemorar em 2035, nos 200 anos da revolução Farroupilha?” Para responder o questionamento, o Manifesto, de 36 laudas, impresso no formato pocket, traz algumas respostas colhidas depois de amplo debate com foco em vários setores.
Fala nas urgências com destaque para três grandes hemorragias que podem comprometer a visão de futuro pela perda de segmentos estratégicos na diversificação da matriz energética. São elas: a concorrência desleal de reembalados com a produção nacional de nossa matriz socioeconômica; a concorrência desleal de importados com vantagens tributárias e a crise da cadeia produtiva da proteína animal gaúcha com risco de êxodo rural e perda de agregação de valor.
Formaliza posições como, por exemplo, a de que a FEDERASUL é contrária a renovação do modelo de concessão ferroviária. Se faz necessário um estudo para propor um novo modelo atrativo que favoreça a livre concorrência na utilização da malha ferroviária, evitando a concentração de poder decisório sobre questões estratégicas ao interesse público.
Diagnóstico
O conteúdo, legitimado por votação conjunta dos colegiados da entidade, produz um diagnóstico de futuro partindo da premissa que, depois de decisões governamentais, como concessões, privatizações e reformas administrativa, previdenciária e do Código Ambiental, o Rio Grande do Sul está apto a receber investimentos. O novo cenário habilita o Estado a competir por grandes investimentos externos e acrescenta que houve melhora significativa no ambiente para acolher investimentos.
Com foco no amanhã, o Manifesto se reporta a uma visão para 20 de setembro de 2035: “vamos legar um Estado rico em oportunidades? Nossos filhos vão poder empreender e viver com qualidade de vida em sua própria terra? Podemos nos tornar um destino para grandes talentos?”
Amplamente discutido e aprovado por unanimidade em reunião de integração conjunta com o Conselho Superior, diretoria executiva e presidentes de filiadas em 12 de julho passado, o Manifesto pretende embasar posturas e propostas da FEDERASUL de ações no presente para uma visão inspiradora de um futuro possível em 2035.
O texto abrange também o Momento Gaúcho, que na visão da entidade habilita o Estado a buscar investimentos externos e faz uma análise sobre o Cenário mundial como janela de oportunidades para o RS, subdividido em três grandes itens: polo exportador de segurança energética e reindustrialização; polo exportador de segurança alimentar sustentável e polo de inovação, turismo e hub de saúde. As três esferas com sugestões de medidas.
Desenha um cenário mostrando as oportunidades em 2023 e observa que o potencial de novos eixos de desenvolvimento da matriz socioeconômica gaúcha. Na visão do presidente, Rodrigo Sousa Costa, esta visão será aproveitada, dependendo da capacidade de convergência social e política da sociedade.
Enumera ainda necessidades levantadas pelo Congresso de Infraestrutura e pelo Encontro de Embaixadores (item subdividido em modelos de aviação regional, expansão do uso de hidrovias e decadência do modelo atual de concessão ferroviária) e encerra com as demandas propostas pelos Fóruns Macrorregionais realizados entre janeiro e julho de 2023 em nove regiões do Estado (com a participação de mais de 180 municípios através das filiadas, autoridades e empreendedores).
A síntese do Manifesto está na contracapa. Escrita pelo presidente, Rodrigo Sousa Costa e diz o seguinte: “apreendendo com a histórica beligerância ideológica gaúcha, que tantos retrocessos nos trouxe nas últimas décadas, escolhemos ser partes de um grande projeto, ao invés de donos de ideias que não se realizam, para que dos valores do empreendedorismo, frutifiquem as convergências de um Rio Grande do Sul mais próspero, inclusivo e humano”.