Em reunião híbrida, a entidade abriu sua agenda e anunciou a realização de quatro Jornadas de Inovação e Lideranças para este ano
A FEDERASUL abriu sua agenda de trabalho de 2022 em Osório, nesta sexta (28) seguindo os protocolos sanitários, numa reunião híbrida que iniciou pontualmente às 14h, no auditório do Parque Eólico (palco de outros encontros da agenda anual da entidade) e encerrou às 18h30min. Saudando as participações, o presidente Anderson Trautman Cardoso, iniciou lembrando o posicionamento defendido durante todo ano passado de que a vacina contra a Covid19 foi um acerto e que embora a omicron tenha maior contaminação, a pressão sobre o sistema hospitalar brasileiro ficou menor. Lembrou também da luta da FEDERASUL em relação a redução das alíquotas do ICMS sobre energia, telecomunicações e combustíveis. Enfatizou que não há perspectiva de fechamento da atividade econômica, como foi no passado e registrou o aumento de filiadas que está cumprindo a meta de chegar a 200 ainda neste ano. “Iniciamos 2021 com 150 filiados e estamos com 180”, revelou. Lembrou do tema central de sua gestão, a inovação, e disse que a FEDERASUL está alinhada ao Estado na mesma questão. O anfitrião da reunião, o presidente da Associação Comercial de Osório, Tiago Antolini, deu as boas-vindas a todos.
Ao agradecer o convite para participar do evento, o novo presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto se disse otimista em relação ao trabalho que realizará à frente da entidade. “Espero daqui a três anos, quando finalizar o mandato poder dizer que realizamos um importante trabalho em prol da rede de empreendedorismo e do Brasil”. Cotait disse ainda estar com grande expectativa para uma reunião de diretoria da CACB que será realizada na sede da Federasul no próximo dia 1º de agosto. Lembrou que a Federasul completará 95 anos em 2022, tempo esse que vem contribuindo para o fortalecimento do empreendedorismo e da economia brasileira. Anunciou que o presidente Anderson Trautman Cardoso, que é vice-presidente da CACB, será o coordenador da divisão jurídica da Confederação.
Na sequência, o deputado Marco Bertaiolli, que coordena a Frente Parlamentar Mista em Defesa das Associações Comerciais do Brasil, lembrou o trabalho feito para a reinserção das microempresas ao Sistema do Simples nacional. Ele explicou que as 350 mil microempresas que estão excluídas do Sistema por inadimplência, precisam pedir inserção até o final de janeiro para efeito legal. “A Receita não vai exigir o pagamento das dívidas até 31 de março, quando haverá o Refis”, explicou.
Planejamento
O vice-presidente de integração, Rodrigo Sousa Costa anunciou as ações para 2022 recordando que, no ano passado, a entidade promoveu as Jornadas de Integração em oito macrorregiões, efetivando um debate profundo sobre as demandas de cada uma das regionais. “’
Anunciou para este ano, as Jornadas de Inovação e Lideranças, em encontros presenciais no interior. “A ideia é identificar os polos de inovação já existentes nas mais diversas áreas da economia”. Participarão também, desse trabalho, a divisão jovem e o núcleo de mulheres buscando conexões com as lideranças engajadas nos pólos de inovação, identificação de ações voltadas a acelerar e melhorar o ambiente de inovação.
As Jornadas de Inovação também buscarão despertar novas lideranças dentro dos valores do associativismo empresarial e sinergia com os líderes e os atuais parceiros para atender as expectativas de empreender e a necessidade de melhorar o ambiente de inovação.
O vice-presidente Rafael Goelzer, coordenador da divisão de micro e pequena empresa falou sobre o financiamento de R$ 100 milhões do Estado para ajudar as empresas em dificuldades. Também o vice-presidente Paulinho Perez, coordenador da divisão jovem, lembrou o potencial de trabalho que será agregado com as ideias da divisão que levou, para a reunião de Osório, um carro elétrico, produzido em Lajeado para ser exibido no evento.
Demandas
Em seguida, o vice-presidente de Integração Rodrigo Sousa Costa comandou uma rodada com as lideranças regionais sobre os assuntos que mais preocupam os empresários do interior do Estado. Anunciou que a intenção é retomar, assim que for possível, a conexão presencial, levando os dirigentes para reuniões nos municípios.
Uma das pautas levantadas pelos líderes empresariais é a necessidade de recuperação das rodovias. Outra, a questão energética e também ações de incentivo ao turismo.
O vice-presidente de Infraestrutura, Antonio Carlos Bacchieri Duarte, lembrou que a FEDERASUL promoveu, em 2021, 70 eventos. “Uma média de cinco por mês”. Ele reforçou a grande problemática na questão de infraestrutura. Revelou que a próxima semana será decisiva na questão das concessões. O presidente Anderson Trautman Cardoso lembrou que 2022 será um ano de entregas do governo lembrando que “é o momento de apresentarmos e fazermos com que nossos pleitos sejam realizados”.
Cenários
O jornalista Cleber Benvegnú, falou sobre o cenário político. Em férias, em Santa Catarina, Cleber contou que a visão sustentável empresarial compreende, em todos os casos, a política. Disse que muitas instituições gaúchas perderam espaço por não tratar de política, entrando nos assuntos para a tomada de decisões. Lembrou que este é o papel de uma entidade empresarial: se posicionar.
Disse que o panorama sociopolítico deste ano tem muitas variáveis. No caso do RS, com maior estabilidade política, não há uma polarização como no cenário nacional. Disse que a esquerda ganha de “lavada” no Brasil, com a “mão quentinha do Estado para ajudar”, afirmou. Mostrou que há um contrafluxo em relação ao PT. Mostrou as dificuldades dos candidatos que se apresentam no cenário nacional. “Lula e Bolsonaro são dois extremos fortes”, lembrou.
No Rio Grande do Sul o cenário é mais incerto e imprevisível, apesar da estabilidade política. Falou sobre os candidatos que estão se apresentando em todos os partidos e lembrou que são três grandes campos com duas possíveis candidaturas. Resssaltou que sente o eleitor gaúcho mais maduro.
Mais assertiva do que na política, a economia navega em mares diferentes e já mostra que o contexto de 2022 é bem diferente do 2021. No ano passado os juros eram menores e a inflação de um dígito. Neste ano, a inflação será mais baixa e vai resultar num aumento de consumo.
Indústria vai melhorar neste ano. No setor do agro, os problemas climáticos vão impedir que se repitam os bons resultados de 2021 e o setor de serviços vai crescer. Para o RS, as perspectivas podem ser negativas ao PIB agropecuário. Também a nuvem do cenário político vai afetar a economia. As reformas estruturantes como a administrativa e tributária não terão chances de serem implementadas em função do ano eleitoral. A quebra de safra deve reduzir o PIB gaúcho nas próximas análises.
Para encerrar, o presidente Anderson Trautman Cardoso, mostrou o calendário da entidade 2022, com o início do Tá na Mesa no dia 16 de março com a presença do governador Eduardo Leite. Falou também sobre as ações dos 95 anos da entidade e que inclui a produção de um livro, de podcasts com os ex=presidentes, faixa alusiva ao aniversário na fachada do Palácio do Comércio.
