O ano de 2015 encerrou com queda nas exportações industriais do Rio Grande do Sul. Na comparação com 2014, a indústria de transformação teve uma retração de 9% (vendeu um total de US$ 12,66 bilhões), o nível mais baixo desde 2006, quando havia somado US$ 10,6 bilhões. Por sua vez, as exportações totais do Estado, que incluem também commodities, alcançaram US$ 17,52 bilhões, uma perda de 6,3% em relação ao período anterior.
De um total de 24 segmentos da indústria gaúcha que realizaram operações de exportações no ano passado, 19 caíram, quatro cresceram e um se manteve estável. As principais influências negativas sobre o resultado vieram de produtos alimentícios (-9,5%), coque e derivados de petróleo (-82,5%), tabaco (-15,3%), produtos químicos (-11,1%), máquinas e equipamentos (-20,1%) e couro e calçados (-13,1%).
A maior contribuição positiva veio de outros equipamentos de transporte (1.437%). Tamanho avanço ocorreu devido à contabilização como exportação de uma plataforma de petróleo e gás para a China, em setembro. Celulose e papel também registrou forte crescimento (105,8%), por conta da ampliação da capacidade produtiva da Celulose Riograndense, em Guaíba.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, a desvalorização de 41,6% do real frente ao dólar ao longo de 2015 não foi suficiente para impulsionar as vendas do segmento industrial, uma vez que os custos de produção, como energia elétrica e combustíveis, avançaram fortemente e prejudicaram a competitividade. “Além disso, algumas categorias foram afetadas com a redução dos preços das mercadorias em dólar, sobretudo alimentos, tabaco e químicos”, destacou Müller, ao divulgar a balança comercial.
A diminuição nas importações totais foi ainda mais forte em 2015. Chegou a 33%, somando US$ 10,02 bilhões. Todas as categorias de uso tiveram perdas, incluindo aquelas ligadas ao setor secundário: bens de capital (-27,5%) e bens intermediários (-25,4%). Isso se explica pela fraqueza do nível de atividade da indústria, pela desvalorização da taxa de câmbio e pelo pessimismo dos empresários em relação ao futuro.
Se contabilizado apenas o resultado de dezembro, na relação com o mesmo mês de 2014, a indústria de transformação do Rio Grande do Sul perdeu 16,8% em vendas externas. Produtos alimentícios (-28,3%), máquinas e equipamentos (-27,6%), produtos químicos (-19,1%) e tabaco (-28,7%) apresentaram as maiores contribuições negativas. No mesmo período, as exportações totais foram reduzidas em 17,2%.
Fonte: Jornal do Comércio