A produção e a exportação de carne de frango deverá encerrar 2015 com níveis recordes e manter o crescimento em 2016. De acordo com as projeções divulgadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil deverá produzir 13,1 milhões de toneladas de carne de frango neste ano, com alta de 3,5% sobre 2014. As exportações irão atingir, em volume, 4,2 milhões de toneladas, ou 4% a mais do que no ano passado. Em receitas, as vendas internacionais deverão somar R$ 23,7 bilhões, com expansão de 25% sobre 2014 em reais e retração de 11% em dólares.
Durante um evento para apresentação dos resultados deste ano, o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, atribuiu o desempenho do setor à abertura de novos mercados, à presença internacional das empresas brasileiras, ao controle de sanidade animal e ao câmbio favorável às exportações. Ele afirmou que o desempenho de 2016 pode ser ainda melhor.
“Temos uma oportunidade ótima de crescer em proteína animal, o mundo está olhando para nós. O Brasil tem plataformas no mundo todo. A ministra (da Agricultura) Kátia Abreu sabe disso e está nos ajudando”, disse Turra. Mesmo assim, Turra observou que as negociações de um acordo de livre-comércio entre a Europa e os Estados Unidos e a Parceria do Trans-Pacífico (TPP), que reúne 12 países, podem afetar o desempenho brasileiro do setor. A TPP reúne Estados Unidos, Peru, México, Brunei, Malásia, Cingapura, Austrália, Chile, Japão, Canadá, Vietnã e Nova Zelândia.
O vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin, afirmou que o crescimento das exportações brasileiras previsto para 2016 deverá ser gerado principalmente pela abertura de novos mercados e ampliação de plantas aptas a exportar para alguns países. Ele afirmou que os principais “condutores” deste crescimento deverão ser o México e a China, mas também espera compras maiores da África do Sul, Cuba, Coreia do Sul, Egito, Iraque e Iêmen. Estes três últimos países são árabes. O Egito busca retomar o crescimento após a eleição de um novo governo, em 2014. Iraque e Iêmen enfrentam conflitos atualmente.
Santin observou que as exportações brasileiras deverão continuar a ter o Oriente Médio como principal destino entre os blocos econômicos e a Arábia Saudita continuará a ser o principal país importador. Neste ano, os sauditas vão importar em torno de 750 mil toneladas de carne de frango. O segundo colocado neste ranking é a China, com compras de aproximadamente 320 mil toneladas em 2015.
“A Arábia Saudita continuará a ser nosso principal importador e o Oriente Médio, como região, será o maior destino dos embarques por um bom tempo. A queda nos preços do petróleo pode influenciar um pouco o ambiente econômico ou as negociações, mas não deve prejudicar as importações. Isso pode ser sentido em outros mercados, como a Angola, onde há menos liquidez, e Venezuela”, disse.
A ABPA afirmou que a produção de ovos irá atingir 39,5 milhões de unidades, 6% a mais do que em 2014. As exportações neste ano deverão chegar a 20,7 milhões de unidades, com expansão de 70% sobre o ano passado. A expectativa do setor para o próximo ano é que a produção cresça até 2% e a exportação dobre.
Fonte: Agência Anba