O conceito ESG ganha terreno no Brasil e potencializa a geração de valor pelas empresas
Melhor reputação, lucratividade e valor de mercado. Os três resultados obtidos por empresas que estão adotando um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança, abrangidas no conceito ESG. Dentro deste novo olhar, a FEDERASUL, que tem antecipado o debate sobre as mudanças que se consolidam a partir da pandemia, trouxe para o Tá na Mesa, desta quarta (19) três exemplos voltados a este conjunto de práticas, a partir da mudança de cultura. E os frutos colhidos ganham valor e reputação no mercado.
A presidente do Instituto Malwee, Diana Zerbini Martins, a diretora executiva do Instituto Ronald McDonalds, Helen Pedroso, e o sócio-lider de ESG e Governança Corporativa da KPMG Brasil, Sebastian Soares, falaram sobre suas experiências e taxas de sucesso a partir do conceito ESG. Já consolidado na Europa, onde nasceram os primeiros estudos, as empresas que adotam se posicionam melhor no ranking da reputação e nos indicadores de sucesso.
Inserida na pauta mundial, o conceito ESG foi tema discutido no Fórum Econômico Mundial. Esta prática, disse o presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, ganha terreno no Brasil porque viabiliza uma governança com visão sistêmica, integrada e responsável com o meio ambiente e a sociedade. “O objetivo é obter a longevidade dos negócios em um mundo mais justo e consciente”, enfatizou.
Para Sebastian Soares, da KPMG Brasil, as empresas deverão revisar suas estratégias de negociação incorporando as demandas das novas gerações que valorizam a sustentabilidade. “Não se trata de modismo. É uma prática acelerada com a pandemia e que veio para ficar”, enfatizou.
A diretora do Instituto Ronald McDonalds (que trabalha em prol da cura do câncer infanto-juvenil), Helen Pedroso, destacou a importância da conciliação da economia com o olhar social, especialmente na atividade do Instituto. “Estamos desenhando um modelo de colaboração para a sociedade porque queremos, juntos, mudar os indicadores da cura do câncer”, explicou.
A aplicação do conceito ESG, explicou a presidente do Instituto Malwee, Diana Zerbini Martins, é relevante porque evolui a visão da empresa em relação a sustentabilidade. As empresas que até então existiam para dar valor ao acionista mudaram sua cultura e hoje olham para o lucro e também para os impactos no meio ambiente. “O negócio do negócio é ser um negócio sustentável”, pontua.
Empresas inseridas no contexto de sustentabilidade também desenvolvem uma capacidade de renovar para reagir, rapidamente, às mudanças. A Malwee, por exemplo, ajudou os pequenos a sobreviver na pandemia, com o compartilhamento da tecnologia.
Para encerrar, o presidente da FEDERASUL citou estudo realizado pela Ágora Investimentos, que concluiu que empresas que adotam uma agenda ESG possuem vantagens competitivas em relação às demais. “Elas não apenas angariam melhor reputação, mas também elevam sua lucratividade e, consequentemente, o valor de mercado”, destacou Anderson Trautman Cardoso.