ESG é um modelo de negócios e comportamento que veio para ficar

Suas práticas – ambiental, social e governança – estão transformando as relações comerciais globais criando valor aos produtos das empresas

 

     O preço de não fazer nada é maior do que o custo de agir. Desta forma a especialista em sustentabilidade, Sonia Consiglio Favaretto, encerrou sua palestra no Tá na Mesa, onde falou sobre “ESG: Contexto, Tendências e Futuro”. Ela mostrou que a sigla (ESG) que no inglês significa ambiental, social e governança, é um novo modelo econômico que chega para ficar. “Trata-se de um capítulo para o mundo dos negócios que muda estruturalmente”, enfatizou.

         Sonia, que integra o Pacto Global da ONU, explicou os objetivos das novas práticas: o econômico da sustentabilidade são o crescimento, valor para os acionistas, eficiência e inovação. Nas metas sociais, o empoderamento e equidade, a inclusão, a identidade cultural e o desenvolvimento institucional e nos ambientais, o ecossistema, o clima, a biodiversidade e a capacitação técnica.

         Na sua saudação, o presidente da FEDERASUL, Anderson Trautman Cardoso, lembrou que a adoção das práticas do ESG pelas empresas, “é um ativo para os investidores”. Enfatizou que a entidade tem acompanhado as mudanças da nova economia e discutido com a sociedade como estar na dianteira dessas transformações. “O volume de negócios gerados por investimentos em ESG aponta para um cenário no qual lucro e sustentabilidade podem caminhar juntos”, explicou.

         O termo ESG surgiu em 2004 na publicação Who Cares Wins, do Pacto Global e Banco Mundial. É a união de três temas importantes e que não estavam sendo considerados de forma eficiente. Neste cenário, uma nova geração de líderes empresariais se mostrou atenta para essas questões para não comprometer o futuro de suas empresas e garantir que a permanência de seus lucros.

         O processo das práticas do ESG, no entanto, foi acelerado durante a pandemia, explicou Sonia Favaretto. A nova ordem de negócios estabeleceu também nova estrutura cooperativa”, descreve a especialista. Trata-se de um novo compromisso inserido nas negociações. “Uma empresa que não adota as práticas do ESG não tem futuro”, diz Sonia Favaretto.

Na questão ambiental, Sonia explicou que as mudanças climáticas estão afetando os modelos econômicos e as empresas perceberam que não estar atentas as questões ambientais gera prejuízos e reduz os lucros.

         Também no consumidor a nova ordem se estabeleceu, detalhou Sonia Favaretto. “Ele decide pela compra se a empresa adota as práticas do ESG, estabelece sua confiança de que a empresa fará a coisa certa e recomenda a empresa a outras pessoas”. Sonia lembrou que vivemos uma fase de transição onde as corporações, de todos os tamanhos, sobrevivem se respeitarem o social, o ambiental e a governança.

         Também autora do livro #Vivipraver – a história e as minhas histórias da sustentabilidade ao ESG, Sonia contou que existem muitos desafios do mercado brasileiro.  E eles já foram mapeados na identificação e implantação de métricas e indicadores para as ações internas, no engajamento de colaboradores e líderes de uma cultura organizacional ESG, na criação de um modelo de gestão de ESG, na introdução dos conceitos de ESG em geral e na identificação da tecnologia para o acompanhamento da questão em ESG.

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da esquerda para a direita, presidente Anderson, Sonia e a coordenadora geral IBGC/RS, Michelle Squeff

 

PUBLICADO EM: 4 de maio de 2022