Encontro virtual, Alternativas para Superar a Crise, transmitido pela fanpage oficial da FEDERASUL, ouviu vereadores, o presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira e o vice-prefeito, Gustavo Paim
A presidente da FEDERASUL, Simone Leite, que vem comandando toda a quarta-feira a live Alternativas para Superar a Crise, que tem como foco ouvir autoridades políticas e lideranças empresariais pautou Porto Alegre como assunto do encontro da noite de ontem (29). Foram convidados para falar sobre a capital gaúcha em tempos de pandemia os vereadores e ex-secretários municipais Nádia Gerhard “Comandante Nádia” e Ricardo Gomes, e o vice-prefeito Gustavo Paim e o presidente da Associação Comercial de Porto Alegre, Paulo Afonso Pereira. Junto com a presidente, os vice-presidentes Anderson Cardoso e Milton Terra Machado. No inicio do debate a presidente afirmou que “o intuito é formar planos que venham auxiliar na flexibilização das regras, inclusive do Plano de Distanciamento, e da rigidez imposta pela Prefeitura de Porto Alegre”.
O presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira, afirmou que a “situação encarada pela população porto-alegrense é oriunda de uma sucessão de erros, falta de experiência, de gestão, de ouvir e da falta de critérios”. Ele ainda criticou o uso da pandemia como “cabo eleitoral”, bem como a politização da doença. “O prefeito precisa andar pelas ruas e ver a situação que está nossa cidade. Não é possível aceitarmos que lojas e comércios legais sejam punidos e tenha seu direito de abrir tolhido, enquanto vendedores de produtos contrabandeados “fazem a festa”, e a Prefeitura fecha os olhos para isso”, ilustrou.
A vereadora e ex-secretária de Desenvolvimento Social, Nádia Gerhard, citou o escritor espanhol Cervantes, ao dizer que “A cura não pode ser pior que a doença”. Ela afirmou que, quando secretária municipal, até outubro de 2019, o município de Porto Alegre era responsável pelo amparo social a mais de 240 mil CPFs, que necessitavam de auxílio via Bolsa Família, cestas básicas e etc. “Não tenho dados atualizados, mas com o rigor desta crise esse número dobrou. A população clama para voltar a trabalhar e o caos se avizinha de nossa capital”, disse.
O também ex-secretário do governo Marchezan, vereador Ricardo Gomes, que comandou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, disse que “Empreender e empregar em Porto Alegre é um ato de coragem”. Segundo Gomes, em pouco mais de 130 dias de restrições, a Prefeitura já editou 68 Decretos, “como empreender em uma cidade que um dia tem uma regra e no outro dia uma nova regra que anula a anterior. Isso é um desrespeito ao empreendedor, que já sofre em Porto Alegre”. Segundo o vereador, mais de 23 mil postos de trabalho já foram destruídos.
Como saída ele citou a união de esforços entre: classe produtiva, população, lideranças políticas e órgãos de controle. “Falta transparência nas ações tomadas pela Prefeitura”. Cidades como Guaíba e Esteio, que se sensibilizaram com a situação da classe empreendedora, com a redução do IPTU (Guaíba) e do ISSQN (Esteio). O presidente da ACPA cobrou a mitigação de impostos municipais.
O vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim, fez duras críticas à postura de Nelson Marchezan Júnior “o prefeito não gosta de ouvir o contraditório. Porto Alegre necessita de uma liderança estável e confiante”. Assim como os vice-presidentes Milton Terra Machado e Anderson Cardoso, Paim também acredita que o pós-pandemia será um caos econômico e social e que “a classe produtiva não pode ser penalizada”, disse.
Para o vice-presidente Anderson Cardoso, a situação está mais grave a cada dia. O Brasil já registra a perda de dois milhões de postos de trabalho, a capital do RS vem sendo afetada pela ampliação de sua população em situação de rua, da miséria e de outros problemas que, de uma crise pandêmica, passam a se tornar uma crise socioeconômica. “Não socorrer a economia ou não priorizá-la é não preservar o futuro”, afirmou Anderson. Assim como Cardoso, Milton Terra Machado lembrou que “a pandemia vai fomentar o crescimento da violência, desencadeada pelo desemprego e pela miséria”, disse.