“Somos um grupo de empresários de diversos setores. Eu, por exemplo, sou engenheiro e trabalho com o setor de cartões. Apoiamos o novo governo do Egito (do presidente Abdel Fattah El-Sisi, empossado em junho de 2014) e o país precisa de alimentos. O Egito já compra frango do Brasil, no entanto, queremos fazer uma negociação direta entre nós e o fornecedor”, afirmou Said, que é presidente da Egy International Import & Export Commercial Agencies.
Ele afirmou que atualmente parte do frango brasileiro que entra no Egito é negociada por empresas de outros países que, então, vendem o produto para o Egito. Esse grupo liderado pelo executivo deseja reduzir a quantidade de empresas envolvidas nesse negócio, medida que poderia tornar o produto mais barato e diminuir a burocracia. O primeiro passo, afirmou, é estabelecer o contato entre esses empresários e os fornecedores.
A proposta do grupo é importar até duas mil toneladas de frango do tipo griller até junho. Trata-se do frango inteiro com peso entre 800 gramas e 1.300 gramas. “Queremos comprar essa quantidade para poder atender a demanda do Ramadã”, afirmou, em referência ao mês sagrado para os muçulmanos. Neste ano, o Ramadã será celebrado entre 18 de junho e 17 de julho. Nesse período, os muçulmanos fazem jejum entre o nascer e o por do sol e só se alimentam de noite.
“Depois, deveremos ficar dois meses sem importar frango e, a partir do começo do segundo semestre, nossa expectativa é comprar a partir de mil toneladas por mês. Desejamos importar outros alimentos do Brasil, como açúcar”, afirmou Said.
Na Câmara Árabe, ele foi recebido pelos executivos de negócios Hans Lazarte e Edson Mattar, que deverão agendar reuniões entre Said e potenciais fornecedores na próxima semana. Said fica no Brasil até quarta-feira (29), quanto retornará ao Cairo.
Em 2014, o Egito importou US$ 126 milhões em carne de frango, valor 19,4% menor do que em 2013. Em volume, a redução foi de 8,8%, com um total de 79,7 mil toneladas no ano. Em março deste ano, foram exportadas 9,3 mil toneladas ao país do Norte da África, volume 25,4% menor do que no mesmo período do ano passado, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compiladas pela Câmara Árabe.
Fonte: Agência Anba