Momento do Empreendedor da ACIST-SL apresentou o impacto econômico devido à cheia de maio de 2024
Fotos: Evandro Francisco
A força das águas oriunda da enchente de maio deste ano deixou milhares de pessoas desabrigadas, bem como atingiu seriamente a economia de centenas de municípios. E São Leopoldo, município que estava no epicentro da tragédia climática, contabiliza resultados negativos e que preocupam o setor produtivo local. Conforme o levantamento apresentado pelo economista Marcos Tadeu Lélis no Momento do Empreendedor desta quinta-feira, 18, a atividade econômica da cidade reduziu em 26% em maio em comparação com o mesmo mês do ano passado. A queda na arrecadação do ISSQN e a redução de postos de trabalho estão entre as principais causas. Naquele mês, houve a perda de 644 postos de trabalho, que retirou de circulação em torno de R$ 700 mil procedentes dos salários destes trabalhadores. O impacto só não foi maior, porque o setor de Tecnologia da Informação elevou o número de contratações, injetando R$ cerca de R$ 400 mil na economia local por meio do pagamento de salários. “Assim como na pandemia, as áreas de TI e da construção civil seguraram a economia da cidade”, disse, acrescentando que o número de empregos voltou ao patamar de 2022. “Os novos empregos sumiram”.
Segundo as estimativas do estudo realizado pela equipe do economista, a previsão de queda na atividade econômica de São Leopoldo no mês de maio é de R$ 186 milhões. Este cálculo é feito utilizando como referência a arrecadação do ISSQN – cujos recursos são captados e mantidos no município e no estoque formal de empregos. Entre maio e agosto, este montante deve chegar a R$ 416 milhões.
O saldo entre empresas fechadas e abertas em maio também foi analisado para avaliar o desempenho econômico. Ainda que positivo, foi metade das empresas abertas diariamente. Se no quinto mês de 2023 a média foi de oito novos CNPJs por dia, no mesmo mês deste ano, foi de apenas quatro. “Existe um movimento, mas muito inferior ao ano passado, o que significa um aumento menor de arrecadação”, avalia o economista.
Sob a perspectiva de futuro, Marcos Tadeu Lélis aponta que há uma esperança de retomada gradativa, uma vez que o comércio está dando sinais de recuperação, principalmente pelas aquisições de mobiliário e da linha branca feitas pelas famílias e empresas que tiveram sua infraestrutura atingida.
Ele também destaca a importância de projetos em relação à mitigação das cheias, que podem voltar a ocorrer. Sobre este tema, o presidente da Câmara Brasil Alemanha, Cleomar Prunzel, apontou que estão sendo feitos contatos com o governo alemão para solicitar apoio financeiro, que virá de acordo com projetos consistentes de longo prazo.
O presidente da ACIST-SL, Daniel Klafke, reiterou a importância dos dados apresentados e que já estão servindo como referência para uma série de ações. Ele lembra que São Leopoldo foi um dos primeiros municípios a apresentar os reflexos econômicos causados pelas enchentes, justamente pela parceria entre a associação e a Unisinos que resultou na criação do Índice de Atividade Econômica. O índice foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Competitividade e Economia Internacional da Unisinos, liderado por Lélis.
Klafke também ressaltou o significado deste Momento do Empreendedor. É o primeiro a ser realizado após a enchente de maio, quando a sede social tornou-se ponto de arrecadação e distribuição de doações, primeiro para os desabrigados e depois como apoio para associados e outras empresas. “A entidade mostrou toda a grandeza do associativismo, ajudando a comunidade na sua totalidade. Somos muito gratos a todos os voluntários e instituições que contribuíram para oferecer um pouco de conforto aos que precisaram”, enalteceu.
O Momento do Empreendedor de julho foi realizado em parceria com a Câmara Brasil Alemanha, visando a celebração do Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil. Cleomar Prunzel destacou que honrar a memória dos antepassados também é olhar para o presente e para o futuro. Prunzel apontou os eventos que estão sendo promovidos para marcar a data em todo o Estado, como o próximo almoço Tá na Mesa, da Federasul, no dia 24 de julho, com a presença de lideranças empresariais para debater as parcerias bilaterais.
O patrocínio do Momento do Empreendedor foi da Sicredi Pioneira, Stihl, Frontec, SKA, Vila Rica, W3K, Datwyler do Brasil Ltda e Sinodal.
Elizabeth Renz