O método de aprendizagem adotado pelo sistema educacional da América Latina precisa ser reestruturado, segundo o filósofo e educador colombiano Bernardo Toro. Convidado para o “Tá na Mesa” da Federasul, nesta quarta-feira (18/11), o pensador aproveitou para sugerir que o atual modelo seja repensado e um novo formato estruturado com base no princípio do trabalho cooperativo e em grupo. “O que precisamos é que as crianças sejam estimuladas a aprender. A sala de aula é apenas uma estratégia”, enfatizou
Em tempos em que as oportunidades de relacionamento estão presente via internet, telefones de última geração e redes sociais, o palestrante lembrou que a tendência é de que o ser humano seja estimulado ao conhecimento. “Nos últimos 20 anos o que encontramos são jovens que concluíram seus estudos e não sabem a forma correta de escrever as palavras”, criticou.
Para o educador, um projeto de nação deve estar pautado na organização e articulação dos interesses. “Não podemos destruir as instituições. Temos que ajustá-las à realidade para solucionar os problemas”, propôs o palestrante ao dizer que o caminho passa pela cidadania e educação. Ele defendeu que os filhos das grandes lideranças públicas e privadas estejam nas escolas estatais para que seja possível construir um ciclo de cooperação e troca de realidades. “Hoje o ensino está dividido. Um de alta qualidade e outro de atendimento”, pontuou.
Ao reconhecer a importância do papel dos educadores e dizer que estes profissionais “são os únicos que estão presente em todos as mais distantes cidades”, Bernardo Toro orientou que para ir adiante é preciso motivação e novos métodos. “Desejo que sejam maestros do coletivo social”, projetou. Em passagem por Porto Alegre para conhecer de perto o trabalho desenvolvido pela ONG Parceiros Voluntários, liderada por Maria Helena Johannpeter e Toro disse não ter dúvidas de que o voluntariado é um instrumento precioso.
Da mesma forma, Maria Helena aproveitou para recordar que a instituição iniciou em 1996, inspirada no projeto de Toro chamado “Mobilização Social para a Construção do Público”. “Toda nossa trajetória iniciou pela crença de que é possível mudar a cultura da nossa sociedade. Precisamos deixar esse sistema paternalista e acreditar na participação. Dessa forma vamos mudar a política, economia e a vida das pessoas”, finalizou.