O cinto deve continuar apertado e o ajuste nas contas, equilibrado. Apesar da longa recessão, os números da economia brasileira começam a reforçar o espírito de otimismo entre os empresários. A avaliação é do presidente da Martinelli Advogados, João Martinelli, que esteve na Federasul para participar do “Tá na Mesa”, desta quarta-feira (10/08). Ele já percebeu um novo brilho no olhar daqueles que se dedicam a impulsionar a cadeia produtiva. “Pessoas deprimidas não criam, não projetam e não se tornam curiosas. Estamos iniciando um novo ciclo de retomada no Brasil”, disse ele ao reforçar a necessidade de serem realizadas as Reformas Política, Fiscal e Trabalhista.
Para Martinelli, a economia tem demostrado sinais de que há saída para crise econômica, no entanto os números não alcançarão patamares positivos antes de dois anos. Para isso, além de muito trabalho e empenho para devolver fôlego ao mercado, os empresários serão convocados, por mais uma vez, a “pagar a conta” da atual crise. “Certamente teremos aumento significativo de impostos”, afirmou ele ao lembrar que o Brasil gasta 124% a mais do que arrecada.
Ao reconhecer as perdas geradas pelos rebaixamentos das notas do Brasil pelas agências Fitch Ratings, Moody’s e Standart & Poor’s, Martinelli defendeu a privatização das estatais. “Todas elas são a porta de entrada da corrupção. Visto pelo que fizeram com a Petrobras, a maior empresa pública do país”, destacou.
A grande virada do atual ciclo econômico, segundo convidado da Federasul, será depois que encerrar o processo de impeachment de Dilma Rousseff e junto terminar o período de interinidade de Michel Temer, quando será possível realizar as Reformas Política, Fiscal e Trabalhista. “Não temos bons políticos e, por consequência, não temos bons eleitores. Precisamos iniciar um novo período pela Reforma Política”, sugeriu.
O otimismo e a confiança no Brasil são molas que devem impulsionar a cadeia produtiva. “Não tem como não acreditar no potencial da quinta maior nação, que colhe pelo menos duas vezes ao ano, referência na produção de café e açúcar e que ganha novos mercados com a exportação de carne. Estamos nos tornando a segunda maior produtora de alimentos”, finalizou Martinelli.