A cada ano reduz mais a confiança da população na qualidade da prestação dos serviços públicos e por consequência na classe política. Indicadores apontam que apenas 3% dos gaúchos acreditam na palavra dos governantes eleitos. Tal comportamento é motivado pelo individualismo gerado pelo mundo conectado. “As pessoas curtem, comentam, compartilham, se expõem pelas redes e as relações sociais estão cada vez mais raras”, disse a diretora do Instituto de Pesquisas de Opinião, a cientista social e política Elis Radmann, ao responder ao questionamento “O que a população pensa e para onde ela vai?” durante a programação do 3° Fórum de Líderes promovido pela Federasul nesta quarta-feira (14).
De maneira geral, ao levantar a tendência do comportamento dos gaúchos o IPO identificou a ansiedade da população por novos líderes. Em meio as crises social e política foi possível constatar que a população prefere que o setor privado assuma a responsabilidade pela prestação dos serviços essenciais em virtude do entendimento de que o Estado não trabalha para o bem comum. “Na avaliação das pessoas os políticos priorizam os seus interesses pessoais”, pontuou Elis ao dizer que as pessoas buscam líderes com propósitos, bandeiras e que cumpram com aquilo que foi prometido.
Ao indicar a ansiedade da população por novos líderes, a pesquisa confirmou ainda que a sociedade quer representantes que trabalhem pautados na ética e visem o bem comum ao promover uma maior segurança pública, melhores condições de saúde e qualidade na educação e infraestrutura. “ Existe uma perda de confiança nas instituições, em especial nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, alertou a cientista.