O número de licenciamentos de veículos em outubro caiu para abaixo de 200 mil. De acordo com a Anfavea (associação nacional das fabricantes de autos), foram vendidas 192,1 mil unidades no último mês, o que representa 4% a menos em relação a setembro.
Na comparação com outubro de 2014, a queda chega a 37,4%. A conta inclui carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. O estoque atual é suficiente para 53 dias de vendas.
No acumulado do ano, as vendas já recuaram 24,3% em relação a 2014, com consequente queda de 21,1% na produção no mesmo período. O impacto nos empregos é imediato.
De acordo com a Anfavea, 35,6 mil funcionários foram incluídos no Programa de Proteção ao Emprego. Somados aos que estão em férias coletivas ou “lay-off” (afastamento temporário), há 45 mil trabalhadores longe das linhas de produção, o que representa cerca de 34% da mão de obra nas empresas associadas a Anfavea.
O nível de empregos no setor teve queda de 0,6% entre setembro e outubro, que representa fechamento de cerca de mil postos de trabalho nas fabricantes afiliadas à Anfavea.
Em relação a outubro de 2014, houve redução de 9,7% nas vagas do setor.
Embora tenha ocorrido crescimento de 17,4% na produção entre setembro e outubro, a Anfavea não comemora o dado. Segundo a entidade, esse avanço se deve ao fato de que muitas das empresas associadas estavam em férias coletivas em setembro.
“São números bastante negativos, contaminados pela crise política que todos nós estamos assistindo. Enquanto não houver uma solução, dificilmente o nível de confiança e as vendas voltarão a crescer”, disse Luiz Moan, presidente da entidade. Ele afirma que ainda é incerto fazer previsões para 2016.
O setor de exportações é o único em que há resultados positivos, com 333 mil unidades vendidas nos dez primeiros meses de 2015.
O dado representa crescimento de 16,9% no volume acumulado do ano em relação ao período de janeiro a outubro de 2014.
Contudo, o valor arrecado com as vendas para o exterior é 10,5% inferior ao apurado no ano passado. De acordo com Moan, isso ocorre devido ao mix de produtos, hoje concentrado em veículos de menor valor.
Fonte: Jornal do Comércio