Em meio a um período de incertezas na economia do Brasil, começa a piscar uma luz no final do túnel, que indica alguma reversão de tendência para 2017. A previsão de crescimento de 2% para a economia no próximo ano foi apresentada pelo presidente da Foton Caminhões, Luiz Carlos Mendonça de Barros, durante o “Tá na Mesa” da Federasul, nesta quarta-feira (04/05). “Em 2018 a taxa ainda pode chegar aos 3%”, projetou ele. Ao saudar o convidado, a presidente da Federasul, Simone Leite, destacou que o primeiro evento da sua gestão fica marcado pelo otimismo tão necessário e escasso atualmente. “O que queremos é conhecimento e boas experiências no caminho da entidade”, pontuou.
Os sinais de melhora da economia aparecem com a redução dos juros e com a urgente renegociação da dívida dos Estados, mas a grande virada vai acontecer com a retomada do fenômeno da expansão do mercado de trabalho. Para Mendonça de Barros, a bolha do consumo estourou com a volta da inflação e dos indicadores de desemprego. Ele identifica que os brasileiros estão divididos em dois grupos: “os que vivem na economia formal com contrato de trabalho e os que estão na informalidade e precisam das iniciativas do governo”.
A soma dos fatores, que o economista chama de descontrole operacional, resultou em um erro de diagnóstico que comprometeu a lógica até então praticada no mercado. “Em 2012, no pico do ciclo de crescimento, a economia conclamava um ajuste recessivo. Essa era a postura a ser adotada”, recordou. De lá pra cá, as taxas despencaram, mas na avaliação de Mendonça de Barros o processo de desaceleração pode ser revertido com uma agenda positiva.
A fórmula de reversão apresentada pelo palestrante passa, necessariamente, pela separação das ações políticas das estratégias econômicas. “A economia é uma área independente”, defendeu ao sugerir que é preciso mudar a política para que as tensões sejam resolvidas. Mesmo sem declarar apoio ao atual ou próximo governo, o presidente da Foton Caminhões disse ter certeza que a equipe de economistas formada para um eventual governo Temer está preparada para enfrentar os desafios. “O Brasil está prestes a deixar de ser um país de esquerda para ocupar a posição de centro direita”.