Pronampe, manutenção de emprego e renda e as reformas administrativa e tributária foram os destaques do encontro
O presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu, na tarde desta segunda-feira (07), um grupo de mais de 50 empresários, presidentes e representantes das 27 federações do Sistema CACB, além da Diretoria do Sebrae e membros da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) para discutirem assuntos como a ampliação do Pronampe, a manutenção do BEm e o andamento das reformas estruturantes.
Em sua fala, Bolsonaro agradeceu a presença do grupo, defendeu o uso do tratamento precoce contra a covid-19 e disse que se o Brasil ainda não sucumbiu, é justamente pelo trabalho que sua equipe técnica de ministros tem realizado. “Se dependesse de mim, nada teria sido fechado”, afirmou.
O presidente elogiou a força dos empresários, que têm enfrentado a pandemia de frente na defesa dos seus negócios. “Eu não queria ser patrão neste país, é realmente muito difícil. Agradeço o empenho, a resiliência dos empresários brasileiros, sobretudo dos que estão caminhando junto com o governo”, declarou Bolsonaro.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou ações que o governo federal tem apoiado para a melhoria do ambiente de negócios, como a aprovação do Pronampe como política permanente de crédito. Guedes também anunciou a manutenção de programas como o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) e o auxílio emergencial à população de baixa renda.
“A economia está voltando ao caminho e tudo graças às medidas que renovamos, muitas com a ajuda dos senhores. Recebemos diversas demandas de entidades de todo o Brasil e trabalhamos em cima delas”, afirmou o ministro.
Tanto Bolsonaro quanto Guedes garantiram que todos os programas serão mantidos até o fim da vacinação de toda a população brasileira, o que deve acontecer até setembro, segundo o ministro da Economia.
Guedes citou ainda a iniciativa de inclusão produtiva de jovens e trabalhadores por meio do BIP (Bônus de Inclusão Produtiva) e do BIQ (Bônus de Incentivo à Qualificação).
O presidente da CACB, George Pinheiro, fez elogios aos programas que o Executivo lançou desde o início da pandemia, em socorro às empresas. No entanto, alertou ele, ainda há muitos empresários precisando de socorro e à beira da falência. Pinheiro pediu a Bolsonaro e Guedes que o aporte dado ao Pronampe este ano seja, pelo menos, igual ao do ano passado, quando foram ofertados mais de R$ 30 bilhões em crédito.
Outro ponto citado pelo líder das associações comerciais brasileiras foi a necessidade de caminharmos com as reformas administrativa e tributária. Segundo ele, não dá mais para lidarmos com um sistema tão complexo e oneroso, principalmente no que diz respeito à desoneração da folha de pagamentos. “Um país que quer se desenvolver não pode permitir que o emprego custe tão caro, em que as empresas acabam pagando quase o mesmo entre tributos e salários. Assim é a proposta do Simplifica Já, apoiada pela CACB, e que não traz guerra entre os setores e nem aumenta a carga tributária”, apontou.
Para Pinheiro, qualquer medida que estimule a competitividade, o empreendedorismo jovem e feminino, os investimentos, a geração de emprego e renda e a desburocratização tem de ser posta em pauta já. “É preciso tirar o Estado do cangote do empresário, nos dando mais liberdade para trabalhar, porque somos nós que fazemos a economia do país girar. Fica aqui, então, o nosso compromisso de trabalharmos em conjunto com o governo, por um país mais forte e com um ambiente de negócios mais justo, menos burocrático e menos oneroso para o empreendedor”, completou Pinheiro
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, reconheceu a eficácia das medidas realizadas pelo governo em decorrência da pandemia até o momento e reforçou a importância de continuar avançando no aperfeiçoamento do crédito e no fomento à manutenção e geração de emprego. Citando pesquisa do Sebrae, Melles defendeu a vacinação em massa como única solução para retomar a saúde pública e econômica. “Essa foi uma reunião recheada de boas notícias. Saímos daqui otimistas com o futuro próximo e com a retomada das micro e pequenas empresas. Estamos à disposição para buscarmos soluções e programas que tragam cada vez mais resultados para as MPEs”.
A Unecs foi representada pelos presidentes da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), Geraldo Defalco, da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel Severini, e da Associação Brasileira de Automação para o Comércio (Afrac), Paulo Peguim.
Texto de Erick Arruda – CACB