O índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial chinês recuou para 47,0 na leitura preliminar de setembro, de 47,3 em agosto, atingindo o menor patamar em seis anos e meio, segundo pesquisa da Markit em parceria com a Caixin Media. O resultado abaixo de 50,0 indica que a manufatura na China permanece em contração.
O indicador decepcionante veio no momento em que o presidente chinês, Xi Jinping, inicia sua primeira visita oficial aos EUA, onde reafirmou o compromisso de Pequim de continuar implementando reformas econômicas.
Para o estrategista de mercado da IG, Bernard Aw, o PMI industrial sustenta temores de que a “economia chinesa está tendo dificuldades de ampliar o ímpeto de crescimento”.
Alguns analistas também especularam que o novo sinal de fraqueza na economia da China pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a adiar o aumento dos juros básicos para 2016. Na semana passada, o Fed decidiu manter os juros inalterados, em meio às incertezas causadas pela desaceleração chinesa.
O Xangai Composto, o principal índice acionário chinês, caiu 2,2% hoje, encerrando o pregão a 3.115,89 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, teve queda menos expressiva, de 0,8%, a 1.736,44 pontos.
Em Hong Kong, o Hang Seng registrou baixa de 2,26%, a 21.302,91 pontos, enquanto em Taiwan, o Taiex recuou 2,1%, a 8.193,42 pontos, e em Seul, o índice sul-coreano Kospi cedeu 1,89%, a 1.944,64 pontos. Como nos dois últimos dias, a Bolsa de Tóquio não operou nesta quarta, devido a feriados nacionais no Japão, e retomará as atividades amanhã.
A Bolsa de Sydney, onde são negociadas as principais empresas da Austrália, seguiu o mau humor visto na Ásia e caiu 2,1%, com o índice S&P/ASX 200 a 4.998,10 pontos, o menor patamar em dois anos. A queda de hoje, a mais intensa em duas semanas, foi liderada por mineradoras, cujas perdas variaram de 2,4% (da Rio Tinto) a 4,4% (da BHP Billiton). Dados ruins da China também preocupam os australianos, que têm os chineses como principais parceiros comerciais.
Fonte: Jornal do Comércio