Empresas privadas investem a longo prazo no Estado

Somando o valor aplicado pela Melnick, pela Stihl e pela Unisinos no Rio Grande do Sul, o Estado  está recebendo R$ 810 milhões

27/09/2017 - Porto Alegre, RS - Tá na mesa - FEDERASUL - (Federação de entidades empresariais do RS). Painel: Investindo no RS.  A presidente Simone Leite acompanhada dos painelistas. Foto: Itamar Aguiar/Agência Freelancer.

 

A visão futurista da Melnick Even, da Stihl Ferramentas Motorizadas e da Unisinos está garantindo R$ 810 milhões em investimentos para o Estado. Segundo os presidentes das empresas, que estiveram presentes no Tá na Mesa, da Federasul, nesta quarta-feira (27), a crise não afeta os empreendimentos planejados a longo prazo.

De acordo com o presidente da Stihl, Claudio Guenther, as inovações, pelo contrário, estimulam o desenvolvimento da economia, possibilitando uma retomada para o crescimento do país. “Crises sempre vão existir, mas são passageiras.  O que precisamos é pensar independente delas”, observou. Exemplo desse pensamento é que a Sithl vai investir R$ 300 milhões, nos próximo três anos, no desenvolvimento das suas atividades no Rio Grande do Sul. Entre as propostas, está a construção de um prédio para inovação e desenvolvimento, que deve custar R$ 38 milhões e começará a ser construído em novembro, e uma fábrica ‘limpa’, ligada à produção sustentável, sem previsão ainda de início das obras.

Nesse foco de modernização, a Unisinos também defende novos empreendimentos relacionados à união da universidade com o setor empresarial. Para isso, está desenvolvendo o programa de Ciência, Tecnologia e Inovação, com pesquisas acadêmicas, institutos tecnológicos e parceria com mais de 90 instituições dentro do Tecnosinos. Essa aposta, junto ao projeto do Campus POA, que começou suas atividades no início de 2017, é comemorada pela entidade. “Só nesse primeiro semestre, recebemos 2.800 alunos, sendo que nossa estimativa é de que, em 10 anos, consigamos atender cerca de 8 mil estudantes”, analisou o diretor do Campus Unisinos POA, Cristiano Richter.

Esse empreendimento, que investiu R$ 210 milhões na região, foi planejado e construído em cinco anos, tendo, além dos 35 cursos de graduação e quatro de pós-graduação, o espaço e o teatro Unisinos, que deve ser aberto ao público no início do ano que vem. Essa agilidade, no entanto, não é a mesma para a Melnick, que tem encontrado grande dificuldade para conseguir o licenciamento fornecido pelo município  para seus projetos. A exemplo de 2017, a empresa pôde lançar somente uma novidade, quando o normal é de cinco a seis.

Essa dificuldade burocrática repercutiu na queda no valor geral de vendas (VGV), que foi de R$ 602 milhões, em 2016, para R$ 115 milhões neste ano, ficando aquém da meta de  R$ 782 milhões.  “Os projetos dependem das liberações municipais e isso dificultou o nosso ano, ainda mais do que a crise poderia afetar”, comparou o diretor-presidente Executivo da Melnick Even, Leandro Melnick. Apesar disso, a construtora está comemorando os 95% de vendas, nos 30 primeiros dias pós-lançamento, desse único empreendimento, o complexo na Aparício Borges.

Com esses resultados, os empresários demonstraram o enorme potencial do Estado, que tem atraído a atenção dos investidores. “O Rio Grande do Sul tem mão de obra qualificada, tem tecnologia, tem dinheiro, só não tem braço para administrar”, refletiu Guenther. A grande questão é investir, segundo disseram os convidados, não em exportação de commodities, mas em exportação de bons produtos, com valor agregado. 

PUBLICADO EM: 27 de setembro de 2017