Água e energia são os desafios do agro no Estado

Segurança hídrica e energética não são custos adicionais ao setor mas investimentos que necessitam de políticas públicas e crédito

Aplicar recursos em irrigação, açudes e energia é investir no setor agrícola do Rio Grande do Sul. Essa foi a saída apontada no Tá na Mesa desta quarta-feira, 26, que teve como tema de debate os “Desafios da irrigação na resiliência climática”. Foram palestrantes do evento o senador Luis Carlos Heinze e o economista-chefe do Sistema Farsul e CEO da Agromoney, Antônio da Luz.

Ambos entendem que a segurança hídrica e energética se tornaram os principais desafios estruturais do agronegócio gaúcho, especialmente diante da recorrência de eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e excessos de chuva concentrados em curtos períodos.  Explicam que nesse contexto, irrigação, açudes e energia devem ser entendidos não como custos adicionais, mas como investimentos estratégicos para a sustentabilidade econômica e ambiental do agronegócio.

O senador Luis Carlos Heinze disse que a construção de açudes é o instrumento mais eficaz para a irrigação, reduzindo a vulnerabilidade da produção agrícola às oscilações climáticas. Argumentou que ao assegurar oferta regular de água nos períodos críticos estabiliza a produtividade, reduz perdas e permite maior previsibilidade de renda ao produtor rural. Acrescentou ainda que ampliar a irrigação significa proteger safras, empregos e a arrecadação. “Os açudes cumprem papel central na segurança hídrica ao permitir o armazenamento da água nos períodos de maior disponibilidade, garantindo abastecimento durante estiagens. No cenário gaúcho, em que a distribuição das chuvas é cada vez mais irregular, essas estruturas aumentam a capacidade de adaptação das propriedades rurais”.

O parlamentar enfatizou que a irrigação depende diretamente de energia e que investir em infraestrutura energética no meio rural é requisito básico para assegurar o funcionamento contínuo de bombas. Heinze fez um apelo aos prefeitos e entidades para que se mobilizem e busquem recursos para investir na construção de açudes.

Impactos

Para demonstrar os impactos das estiagens na produção de grãos, o economista-chefe do Sistema Farsul mostrou pesquisa revelando que o Rio Grande do Sul perdeu 48,6 milhões de toneladas entre os anos de 2020 e 2025. E que consequentemente os produtores gaúchos deixaram de faturar R$ 126,3 bilhões no mesmo período. “Os prejuízos representam metade do PIB gaúcho, o que vem impactando o crescimento econômico do estado que tem registrado índices abaixo da média nacional” finalizou.

Crédito

O presidente da FEDERASUL Rodrigo Sousa Costa, em sua manifestação, destacou que para o Rio Grande do Sul manter sua relevância no cenário agropecuário nacional e internacional é fundamental que irrigação, açudes e energia sejam tratados como políticas públicas estratégicas. Disse que o acesso ao crédito é essencial para acelerar investimentos. E destacou também  que ao assegurar água e energia ao campo, o Estado não apenas protege o produtor rural, mas também garante desenvolvimento, geração de empregos e maior estabilidade econômica frente às mudanças climáticas. Defendeu a criação do Fundo Constitucional do Sul, que será tema do último Tá na Mesa do ano.

Homenagem

A FEDERASUL homenageou seus parceiros de 2025. Ao todo, 32 apooiadores receberam o troféu por acreditarem na representatividade da entidade apoiando seus projetos que são pensados para valorizar o empreendedorismo.

Projetos desenvolvimentos ao longo do ano nas mais diversas áreas. O destaque aos parceiros é uma tradição anual da entidade, uma forma de agradecimento e reconhecimento sobre a importância de suas ações.