O tripé da transformação

Cultura, arte e filosofia transformam gerações disseram especialistas no Tá na Mesa

Mostrar que a cultura, a arte e a filosofia são a base da educação humana e capazes de transformar gerações foi o tema central do Tá na Mesa desta quarta-feira (19), que teve como pauta “A cultura e resiliência empresarial: estratégias para atravessar crises”.  Os painelistas acreditam que uma mudança cultural exige uma luta extraordinária. Entretanto, se dando através da arte ela acontece de forma mais rápida. “Os desafios são humanos e passam pelas empresas”, acreditam.   

Ao abrir o evento, o presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, destacou que a economia, baseada no agronegócio no Rio Grande do Sul enfrenta graves problemas, majoritariamente decorrentes de uma sequência de eventos climáticos extremos (estiagens e inundações) que resultaram em perdas significativas de safras, endividamento massivo dos produtores e dificuldades de acesso a crédito. “Nosso grande desafio é resgatar os valores que emergiram em 2024 quando todos estenderam as mãos para o RS e apelar para o espírito de superação que torna possível o reerguimento e a reconstrução dos atingidos pelas tragédias”, argumentou.

Para debater as estratégias empresariais e atravessar crises, a FEDERASUL convidou a empresária, artista e presidente do Conselho da Terrena Agronegócio Glaucia Nasser; o doutor em Educação pela Universidad de la Empresa/Uruguai, mestre em educação, arte e história da Cultura pela Universidade Mackenzie, jornalista e publicitário José Luiz Tejon  e a presidente e fundadora do Complexo e Instituto Cultural Villa Santo Inácio, administradora e especialista na Arte de Fazer Negócios, Shirley Balbino.

O evento contou ainda com a mediação da integrante do Conselho da Mulher Empreendedora da FEDERASUL, Soraia Schutel.

Qualidade

Glaucia Nasser disse que é preciso transformar a cultura do desejo em cultura do propósito. Que desejo é posse e propósito é pertencimento. “Cultura, governança e estratégia são as ferramentas necessárias para reerguer uma empresa, sem esquecer de resgatar a cultura dos criadores da empresa”, argumentou ao acrescentar que o Brasil perdeu sua carteira de identidade. A empresária acredita que o país tem a melhor matéria-prima humana por contar com uma ampla diversidade cultural. “Sem olhar para isso a reconstrução é impossível. O RS tem essa grandeza de amor à terra, de onde vem parte da força, mas a questão cultural é fundamental”, afirmou.

Segundo a empresária, os jovens precisam de pessoas que tragam de volta as suas origens. “A iniciativa privada e o setor público precisam se unir na disseminação cultural”, argumentou.      

Resiliência

Para José Luiz Tejon nenhum ser humano fica igual após sofrer um trauma e a superação é a palavra que melhor define o processo cultural. Segundo o painelista é preciso reavivar a cultura brasileira pois todo ser humano é o resultado de seus sofrimentos e realizações.  Ele destacou ainda a força do cooperativismo no RS e disse que o estado tem uma fibra e resiliência espetacular.  

Valores

Shirley Balbino acredita que a desconexão com as nossas sementes traz a perda da identidade e de autenticidade. “E quando perdemos a nossa essência, perdemos a nossa força. Por isso precisamos revisitar nossas raízes, resgatar nosso valor interno e posicionar nossa identidade para o mundo”, argumentou. Ele apontou ainda que a música tem importante papel no resgate da memória afetiva de pertencimento.

Vitrine

A orquestra Jovem do Theatro São Pedro participou da abertura do Tá na Mesa desta quarta-feira, 19. A apresentação foi regida pelo maestro Evandro Matté.