Parcerias com a iniciativa privada, equipes técnicas e qualificadas e gestão eficiente dos parcos recursos públicos são alguns dos fatores que levam os prefeitos de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin (PP), e Passo Fundo, Luciano Azevedo (PSB), a conseguirem tocar adiante os projetos da administração municipal mesmo em um cenário de crise econômica e política. Nesta quarta-feira, na reunião-almoço da Federasul, eles abordaram o novo papel das Prefeituras no atual momento.
“Ao poder público não cabe executar, mas fiscalizar. Precisamos aprender a contratar, fiscalizar e cobrar”, disse Pasin durante o debate que teve também a participação da jornalista do grupo RBS, Rosane de Oliveira. Já o prefeito de Passo Fundo citou a profissionalização da gestão e o estabelecimento de metas como premissas fundamentais para “fazer acontecer” na administração municipal. O prefeito de Bento Gonçalves afirmou ainda que o tempo que os prefeitos gastam “chorando” pela falta de recursos tem de ser melhor aproveitado em busca de alternativas para superar as dificuldades.
No caso de Bento Gonçalves, o município é um dos cinco do País que instituiu o selo de qualidade ISO na administração. Além disso, Pasin relatou que foi adotado um sistema integrado de gestão e de combate às despesas e ao desperdício para sobrar mais recursos para investimento. “É preciso governar para fora da Prefeitura e não para dentro. A maioria que está lá fora é que sustenta a minoria que está dentro”, ensinou o prefeito de Passo Fundo. Pasin e Azevedo estão em seu segundo mandato e contam com maioria nas respectivas Câmara de Vereadores.
Embora reconhecendo que os problemas enfrentados pelo Estado são maiores do que os dos municípios, os dois prefeitos consideraram que as parcerias com a iniciativa privada são bons exemplos a serem seguidos. “É da visão dos municípios que pode vir a solução”, acrescentou Pasin. Ele contou que Bento Gonçalves propôs a dação de áreas inservíveis do governo estadual para a iniciativa privada em troca da construção de um presídio. A mesma parceria poderá ser adotada para a construção de escolas. “O empreendedor é mais do que um parceiro, é um agente de desenvolvimento social”, acrescentou.
A presidente da Federasul, Simone Leite, salientou que acredita no municipalismo e fez uma conclamação ao engajamento cívico como contrapartida a atual apatia em relação à política. O vice-presidente de Integração, Rodrigo de Sousa Costa, que também participou da mediação do debate, ressaltou a importância das parcerias com o setor produtivo e considerou que “está na hora de definir o tamanho das estruturas de poder” para que sejam mais eficientes.