Objetivo do encontro que aconteceu na manhã desta sexta-feira (15) na Acil foi discutir projetos que podem ser colocados em pauta na elaboração de plano para os próximos 20 anos do Rio Grande do Sul.
Lajeado – O Fórum das Entidades de Lajeado (FEL) recebeu, na manhã desta sexta-feira (15), o ex-ministro da Cidadania e ex-deputado federal Onyx Lorenzoni. O encontro, realizado na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), teve o objetivo de discutir projetos para a construção de um plano para os próximos 20 anos do Rio Grande do Sul. A reunião contou com a participação de lideranças comunitárias e de entidades ligadas ao FEL.
Lorenzoni agradeceu a recepção e frisou que a iniciativa visa contribuir para a construção de um plano que realmente faça sentido para o estado. “Lajeado é o primeiro lugar que visitamos. Vamos percorrer todas as regiões para elaborar um projeto que dê um novo rumo para o Rio Grande do Sul”, afirmou. Segundo o ex-ministro, a melhor forma para construir a proposta é ouvir os representantes de empresas e entidades que atuam nos municípios.
Durante o encontro, ele destacou a necessidade de pensar em ações de longo prazo que possibilitem que o estado volte a ser competitivo. “O propósito é ajudar o Rio Grande do Sul a reencontrar o caminho do crescimento. Pensar em como, juntos, podemos construir o Estado do futuro”, afirmou.
Demandas
As lideranças do FEL falaram sobre a preocupação da perda de competitividade do Rio Grande do Sul em relação a outros estados brasileiros. Em relação a logística, os representantes destacaram a necessidade de pensar em planos para construção de alternativas viáveis para facilitar o transporte de mercadorias e insumos para as empresas que estão instaladas no Vale do Taquari. “Como somos um estado que está na ponta do país, os custos logísticos tanto para trazer como enviar mercadorias para fora acabam prejudicando nossa competitividade”, comentaram.
Outro assunto abordado no encontro foi a questão tributária aplicada no Estado. Segundo as lideranças, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) liderou um trabalho que impediu que o governo aumentasse as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Além disso, os produtos comprados fora do Estado têm cobrança adicional de 5,5%. “Para falar de um crescimento para os próximos 20 anos, é necessário pensar em movimentos que incentivem a redução desse imposto. Assim, nossas empresas, responsáveis por gerar emprego e renda para a população, conseguem se tornar mais competitivas e ajudar o Estado a crescer”, frisaram.
As lideranças também mencionaram preocupação com a multiplicação das MEIs. Essa realidade significa concorrência desleal para as demais empresas e vai sobrecarregar o INSS no futuro.
O estímulo à educação também foi citado como uma das ações que podem auxiliar o Estado a crescer. Registraram estar sobrando vagas nos cursos de engenharia das universidades. E questionaram a importância de estimular os jovens a terem mais interesse nas áreas técnicas. Segundo os representantes do FEL, as empresas enfrentam falta de profissionais preparados para assumir cargos em áreas estratégicas para as organizações. “Precisamos falar sobre a importância da educação. É preciso uma revolução nas escolas e evidenciar e promover a educação técnica para os jovens”, defenderam.
As lideranças defenderam ainda a aplicação de recursos públicos para conter novas cheias no Vale do Taquari. Segundo os representantes das entidades, é preciso manter o assunto em discussão e evitar que ele seja esquecido. “O Vale do Taquari foi uma das regiões mais afetadas do Estado. É preciso discutir ações viáveis para que novos episódios como o que foi registrado em 2024 não volte a se repetir”, colocaram.
Ao final, Lorenzoni colocou-se à disposição das lideranças. Informou que a meta é ter o plano pronto até novembro e então poderá voltar ao Vale para apresentá-lo.