A presidente Dilma afirmou durante a campanha eleitoral que não reduziria os gastos sociais em hipótese alguma. Além disso, defendeu a sua política econômica, que privilegiou a expansão do consumo, como forma de alavancar o crescimento da economia e reduzir o desemprego. Mas apenas algumas semanas após o pleito, houve uma mudança radical na condução da economia do país. Ela autorizou a redução dos benefícios de alguns programas sociais, bem como aumentou inúmeros impostos.
A medida mais nociva para a economia é a duplicação da alíquota do IOF incidente sobre empréstimos e financiamentos a pessoas físicas, de 1,5% para 3% ao ano. Essa decisão deve gerar uma receita adicional de R$ 7,4 bilhões aos cofres públicos, ajudando a reduzir o déficit, mas contradiz totalmente a lógica do primeiro mandato da presidente. Ela eleva os custos dos empréstimos, freando ainda mais o crédito no país, que foi o motor do crescimento do consumo nos últimos anos. Desta forma, o consumo passou, em uma canetada, de herói no primeiro mandato à vilão no segundo.
Diante desse cenário, a Federasul entende que a solução dos problemas fiscais brasileiros não deve sacrificar ainda mais a população do país, que já amarga a maior carga tributária entre os países emergentes. Sendo assim, somos veementemente contrários a qualquer outra tentativa de aumentar ou criar novos impostos (já estamos ouvindo falar sobre a volta da CPMF). É preciso que o governo corte na própria carne, reduzindo as suas despesas, que cresceram exponencialmente nos últimos quatro anos, muito acima da sua arrecadação.
As recentes manifestações populares sinalizam claramente que é preciso dar o salto necessário para um ciclo de desenvolvimento sólido e sustentável, implementando a agenda de mudanças. Nesse sentido, acreditamos que medidas paliativas não devem ser adotadas. Devemos privilegiar ações que tornem nosso país mais competitivo internacionalmente, que reduzam a ineficiência do Estado. Aumentar impostos sobre o consumo está na contramão daquilo que precisamos.