Prefeitos serão mais importantes que governadores

Alves observou que a acelerada urbanização vai provocar transformações – Foto: Ivan Andrade

Alves observou que a acelerada urbanização vai provocar transformações – Foto: Ivan Andrade

Reposicionar as cidades e estabelecer uma gestão semelhante aos parâmetros empresariais é o perfil esperado dos prefeitos a serem eleitos em outubro, conforme tendência apontada pelo presidente da PwC Brasil, Fernando Alves, no “Tá na Mesa” da Federasul. O convidado considera os chefes dos executivos municipais figuras emergentes que ganharão mais importância que os governadores.

São nas cidades que as pessoas vivem e são elas que devem estar preparadas para oferecer oportunidades

Alves lembra que 50% do PIB global é gerado pelas 300 maiores áreas metropolitanas. “As grandes cidades continuam atraindo cada vez mais as pessoas, provocando mudanças nos hábitos de consumo”, avisou ele aos empresários. 

“Temos 70 milhões de brasileiros conectados à internet”, observou destacando o setor de tecnologias que invadiu o cotidiano e em breve deve alcançar a metade dos lares por meio dos smatphones provocando mudanças nas cidades para atender a acelerada urbanização. Além de mais energia, água e alimentos as exigências passam ainda pela transformação dos modelos de negócios voltado para as tendências socioeconômicas e de sustentabilidade.   

Mas a migração da população do campo para as cidades não significa que a produção primária perde destaque no cenário econômico. Muito pelo contrário. Para o presidente da PwC está no campo uma das saídas para a atual crise econômica. “Até 2030 teremos um aumento global de 35% na demanda por alimentos”, projetou. 

Segundo ele, o Brasil explora 40% das suas fronteiras verdes. Número que deve ser impulsionado, assim como a soma das importações com as exportações brasileiras que chegam na marca dos 20%, segundo o convidado da Federasul. Para ele o resultado é considerado baixo, visto que o país deve estar inserido em uma economia globalizada.

“Os países competitivos têm os seus mercados abertos e a soma das importações e exportações não baixam de 50%/ano”, contestou ao avaliar inadmissível o Brasil não possuir acordos comerciais com os Estados Unidos, a maior economia do mundo.   

PUBLICADO EM: 22 de junho de 2016